1. Há ou não alívio fiscal? Essa é a pergunta que todos os contribuintes fazem por esta altura. Enquanto as empresas ficam na expetativa sobre a descida do IRC, as famílias, asfixiadas entre o garrote fiscal e a inflação, esperam que as promessas de choque fiscal no IRS aconteçam.
Porém, e com o embuste dos 1.500 milhões de euros denunciado, a descida afinal será apenas de 200 milhões para a classe média (a acrescentar aos 1.300 que já estavam inscritos no orçamento pelo anterior governo). Aquém do que foi anunciado pelo novo governo (parecia que ia duplicar a descida do anterior…). E muito menos do que aquilo que todos desejaríamos. Mas, ainda assim, uns euros a menos de desconto no recibo mensal de vencimento.
Entretanto, continuemos a acreditar na improvável abolição das portagens nas antigas SCUT e na redução do IVA na eletricidade. Duas medidas de discriminação positiva para quem vive no interior, longe dos centros de decisão, dos mercados e com um inverno rigoroso durante meses (precisamos de eletricidade mais barata para aquecer as casas).
2. A divulgação das vagas no ensino superior tem implícito um péssimo sinal. Os estabelecimentos de Lisboa e Porto crescem, isto é, têm mais vagas; são do interior os estabelecimentos que têm menos vagas. Se o Politécnico de Bragança é o mais penalizado, com uma redução de 148 vagas comparativamente com o ano anterior, o IPG perde 48. Claro que estas descidas são determinadas pelo histórico de cursos onde sobraram vagas, mas contraria tudo o que politicamente vem sendo dito nos últimos anos: a necessidade de descentralizar, de reduzir assimetrias, de apoiar as instituições do interior e de reduzir as vagas no litoral, e em especial em Lisboa e Porto, aumentando as do interior. E mesmo sendo certo que muito mais importante do que as vagas definidas é as ocupadas, isto é, conseguir atrair 857 novos alunos, a verdade é que este é um sinal contrário ao esforço e determinação com que o IPG tem trabalhado para se afirmar e recuperar credibilidade.
3. Por estes dias, o grupo “Reflexo Imperfeito” vai levar poesia e música de intervenção a todas as escolas preparatórias e secundárias da cidade da Guarda (e também ao Estabelecimento Prisional). Depois de há um ano termos celebrado os 49 anos de Abril no palco do grande auditório do TMG (no contexto do 75º Aniversário da Rádio Altitude), agora vamos “Sentir Abril” comemorando com as crianças do concelho os 50 anos da Revolução dos Cravos – não há melhor forma de intervir cívica e culturalmente na comunidade. Parabéns às escolas, aos seus professores e alunos, por nos acolherem e connosco partilharem estes momentos de elevação cultural.
Maus sinais
“Continuemos a acreditar na improvável abolição das portagens nas antigas SCUT’s e na redução do IVA na eletricidade”