Marcha atrás nos transportes públicos da Guarda

Escrito por Alexandre Mesquita

Dia 30 de janeiro do corrente ano entraram em vigor de forma atabalhoada os novos horários e percursos dos transportes públicos da nossa cidade.
No processo de preparação dos horários e percursos a empresa que presta serviço de transporte público de passageiro na Guarda não está a dar resposta ás necessidades dos alunos e dos familiares. Na segunda de manhã, como todos os dias, a minha filha, possuidora de passe que é pago mensalmente, foi apanhar o autocarro no Largo 1º de Maio, na Guarda, com o intuito de ir para as aulas, que começavam às 8h30 na escola da Sé. Contudo, foi confrontada com o incumprimento do horário por parte da empresa de transportes STUG, sem que alguém tenha dado conhecimento que os horários fornecidos pela Câmara, através do seu site, não estariam corretos. O autocarro previsto para 7h59 ainda não tinha passado às 8h15. Perto de 10 pessoas ficaram sem transporte só naquela paragem! A situação originou graves constrangimentos no serviço prestado, tendo prejudicado alunos e famílias da Guarda. No meu caso, tive que sair do meu local de trabalho para a ir levar à escola, juntamente com outros colegas.
Perante esta inadmissível situação, como pai, fui ao Centro de Camionagem da Guarda questionar quais eram os horários que a minha filha tinha que ter em conta para chegar à escola até as 8h30. Para meu espanto, a funcionária não sabia informar-me, dizendo apenas que a empresa que está a prestar o serviço não consegue cumprir os horários difundidos pelo município. Questionei também como seria o dia seguinte e a funcionária disse que não sabia.
Numa tentativa de esclarecer o assunto, pelas 16h30, horário que me foi possível, desloquei-me à Câmara Municipal para questionar o responsável pelo pelouro dos transportes. Também aqui não obtive qualquer esclarecimento, uma vez que o mesmo se encontraria em reunião. É desesperante pagar um serviço, precisar efetivamente dele e não conseguir qualquer esclarecimento por parte das entidades.
Como se não bastasse, a zona da Rasa ficou com um serviço reduzido e deficitário que não cumpre as necessidades dos moradores, sobretudo da comunidade estudantil. Este tipo de serviço tem vindo, ano após ano, a degradar-se a olhos vistos com conivência da Câmara Municipal da Guarda, IMT e PSP, entidades fiscalizadoras do cumprimento dos horários e percursos, porque já foram reportadas por mim outras situações idênticas e nada foi feito, nem resposta obtive.
O objetivo desta minha comunicação é denunciar esta vergonha que irá, caso o mau serviço se mantenha, levar à morte anunciada da rede de transportes públicos da Guarda, e esperar que, através do poder e intervenção dos órgãos de comunicação social locais, esta situação possa ser revertida e melhorada, a bem do serviço público.

Alexandre Mesquita, Guarda

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Alexandre Mesquita

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