Lesões desportivas: quando procurar o médico?

Escrito por Eduardo Mendes

É aconselhável no início e na retoma da atividade física realizar um adequado exame médico prévio e adaptar um plano de prevenção de lesões.

Verão é sinónimo de férias e diversão em família. Nesta época estamos mais ativos e existe uma maior disponibilidade para a prática de exercício físico, sejam passeios de bicicleta, caminhadas, jogos de futebol ou outros.
Sabemos que a atividade física é benéfica para a saúde. Contudo, toda a prática desportiva tem associados riscos de lesão, seja ao nível do desporto profissional de alta competição ou de lazer e bem-estar.
É aconselhável no início e na retoma da atividade física realizar um adequado exame médico prévio e adaptar um plano de prevenção de lesões. E, em caso de necessidade de tratamento, é fundamental optar por serviços clínicos organizados e especializados que permitam cuidados adequados e uma recuperação precoce.
As lesões traumáticas desportivas dependem das solicitações específicas de cada modalidade e com o nível competitivo de cada praticante, mas apesar desta diversidade há em comum o aparelho músculo-esquelético. As lesões mais frequentes afetam os ossos, articulações, músculos, tendões e nervos.
As lesões articulares podem resultar em luxações (quando as articulações deixam de estar congruentes), entorses, roturas ligamentares de diferentes graus de gravidade resultando em instabilidades e fraturas quando há perda de solução de continuidade das estruturas ósseas. É muito importante o seu diagnóstico precoce e o tratamento adequado para evitar sequelas.
As lesões musculares resultam de atividade desportiva onde existem mudanças bruscas de velocidade ou direção e exigem mecanismos de prevenção adequados com planos de treino adaptados. As lesões tendinosas podem também ser agudas, resultando em roturas, e para o seu tratamento poderá ser necessária uma intervenção cirúrgica.
As lesões músculo-esqueléticas agudas têm nas primeiras 24 a 48 horas uma fase inflamatória, fisiológica de resposta à agressão. Devem realizar-se uma série de procedimentos terapêuticos com a finalidade de evitar o agravamento da lesão inicial, o chamado PRICE:
P – PROTECTION (proteção da zona afetada com tala ou canadiana)
R – REST (repouso, seletivo, movimento protegido)
I – ICE (gelo / frio)
C – COMPRESSION (compressão seletiva)
E – ELEVATION (elevação)
Se não houver uma evolução favorável dentro de alguns dias é aconselhável a consulta médica adequada para avaliação clínica e realização de exames complementares de diagnóstico.
É importante estar atento a determinados sinais de alerta como: deformidades no osso ou articulações, incapacidade de suportar peso na zona afetada, inchaço excessivo ou alterações de cor de pele com hematomas volumosos. Na presença destes sintomas, e se não houver melhoria após alguns dias de PRICE, é importante não adiar a procura de um especialista, sob pena de agravar o prognóstico.

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Eduardo Mendes

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