Dezanove anos depois… chegamos a um momento marcante na vida do jornal O INTERIOR: a edição número 1.000.
Mil semanas de trabalho intenso, de enorme dedicação, de entrega por parte de todos os que ao longo de 19 anos trabalharam e produziram um dos melhores jornais regionais portugueses; mil jornais impressos com denodo, esforço e muito empenho; mil publicações que procuraram contribuir para uma sociedade mais esclarecida, informada e culta; mil momentos carregados de intensidade e muito trabalho; mil jornais que chegaram a milhares de leitores e amigos, que valorizaram o “Portugal profundo” como poucos, e muito antes de se falar e discutir «o interior», e muito antes de outros, sem estigmas, pugnavam, com a sua própria marca, pelo interior: Aqui, somos orgulhosamente de O INTERIOR! E mil erros e equívocos próprios de quem, querendo fazer mais e melhor, também erra ou se equívoca!
Por isso, dezanove anos depois, e como há dezanove anos, carregando todos os anátemas de quem resiste, de quem vive e sofre por esta região, o JORNAl O INTERIOR exibe orgulhosamente o seu percurso neste tempo de dúvidas em que a imprensa é ainda mais reprimida, pressionada e catalogada que em tantos outros momentos marcantes da história dos jornais. Porque a imprensa, mesmo sofrendo as vicissitudes e as enormes dificuldades de que todos falam, assumidamente procurando caminhos de sobrevivência, tentando as mais diversas soluções ou modelos de negócio – em especial a transição para o digital, em que fomos precursores (começámos precisamente há 19 anos a publicar em papel e no online) e onde somos líderes – é muito mais do que publicar notícias. Os jornais são a reserva moral e cultural das sociedades. São a memória dos povos, das comunidades, das aldeias, vilas e cidades. São mundo, são história, são cultura, são reflexão, são vida! E, como escreveu Victor Hugo, «a imprensa é a imensa e sagrada locomotiva do progresso». Por isso, como nunca, ou como sempre, os jornais não podem morrer. E não morrem enquanto houver quem procure mais do que o vácuo do momento, do barulho das luzes, dos momentos etéreos que acabam rapidamente, sem um segundo olhar ou sem procurar mais do que os posts das redes sociais.
Dezanove anos depois, celebramos a edição 1.000 agradecendo a todos os que participaram nesta pequena grande aventura: aos que trabalham ou trabalharam no Jornal O INTERIOR, aos que abnegadamente aqui escreveram ao longo de tantas semanas, aos que contribuíram com a sua opinião e a sua liberdade para a pluralidade que sempre ambicionámos, aos leitores que sempre estiveram connosco ou àqueles que nos leram pontualmente, mas confiaram em nós, aos nossos clientes que apostaram connosco e ajudaram a viabilizar o nosso sonho de contrariar o marasmo reinante no interior.
Porque o INTERIOR é de todos…
O Diretor, Luís Baptista-Martins