João Palmeiro*
Alguns jornais ingleses avançaram há alguns dias com uma afirmação, atribuída à Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual as notas de dinheiro e, por analogia, os jornais em papel seriam transmissores do novo coronavírus. Essa informação rapidamente se espalhou e foi reproduzida por todo o mundo, criando naturais preocupações.
Ora a OMS veio desmentir tal informação. Em comunicado divulgado recentemente, a sua porta-voz, Fadela Chaib, afirma que as palavras da OMS foram mal-interpretadas, pois nunca foi dito que o dinheiro «era um veículo de transmissão do novo coronavírus». O que sucedeu foi que perguntaram se o dinheiro podia transmitir a Covid-19, tendo a OMS respondido que as pessoas deviam lavar as mãos depois de manusearem dinheiro. Mas isso como uma boa prática de higiene, e não por causado novo coronavírus.
Uma prática, portanto, que deve ser adotada quando se pega em qualquer objeto. Não há registo de qualquer caso de contaminação provocado pelo contacto com jornais e revistas em papel. A única coisa felizmente “contagiosa” nesse bom hábito, é a propagação de informação rigorosa e credível, ao contrário de muita da que circula nas redes sociais, que não tem a garantia de um sério tratamento jornalístico.
Portanto, a Associação Portuguesa de Imprensa recomenda ao público que continue a comprar e a ler jornais e revistas, em papel ou “online”. Tal como recomenda que se sigam as recomendações das autoridades de Saúde, designadamente a lavagem das mãos, de forma frequente e minuciosa.
* Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa