Jornadas parlamentares do partido Chega – Na defesa do interior de Portugal

“Apesar do seu caráter nacional, as jornadas tiveram sempre subjacente a defesa da coesão territorial e do interior do país. “

Decorreram a 9 e 10 de setembro as jornadas parlamentares do partido Chega, em Castelo Branco, sob o tema “Desafios Orçamentais para 2025”.
Além da abertura e do encerramento a cargo do Dr. André Ventura, as jornadas foram constituídas por três painéis (“Potenciar a Economia Portuguesa”, “Um Portugal mais atrativo para os Jovens” e “Acreditar no Mundo Rural”) e por uma visita ao Museu da Seda, tutelado pela APPACDM de Castelo Branco.
Apesar do seu caráter nacional, as jornadas tiveram sempre subjacente a defesa da coesão territorial e do interior do país. Em primeiro lugar, a localização do evento demonstrou esse cuidado. Decorrendo numa das regiões deprimidas em termos populacionais, foi facilmente percetível quais as dificuldades, mas também quais as potencialidades do interior. A arte de bem receber, tão característica das gentes beirãs, e a qualidade de vida foram reconhecidas por todos os participantes. Por outro lado, constatou-se a grande dificuldade que se prende com o despovoamento e envelhecimento populacional, bem como a substituição por uma população com matriz cultural diferente, com o risco da descaracterização e do aumento da perceção de insegurança.
Em segundo lugar, os temas dos painéis e as questões que foram levantadas. No primeiro painel estiveram como oradores convidados o presidente da Confederação do Turismo de Portugal e um representante da direção da Confederação Nacional de Economia Nacional, além dos deputados Sandra Ribeiro (moderadora), Filipe Melo e Eduardo Teixeira. Tive oportunidade de questionar como, dentro do conceito de Cuidar/Fixar/Atrair, se pode fazer uso do turismo e do terceiro sector (Economia Social), tendo verificado como os diversos atores, quer políticos, quer económicos, estão sensibilizados para este assunto. Compete-nos, como representantes do povo, perceber as dificuldades e propor soluções. Fiquei certo de que o nosso caminho é o correto e está a ser percorrido.
O segundo painel foi um grito de alerta sobre as dificuldades dos jovens portugueses e, sobremaneira, dos jovens do interior. O partido continuará a apresentar propostas que vão de encontro aos seus anseios. No terceiro painel, tão importante para o distrito da Guarda, ouvimos os secretários-gerais da CAP e da Confagri, um empresário agrícola, o médico veterinário Nelson Viana e os deputados Diva Ribeiro (moderadora) e Pedro dos Santos Frazão. Este painel suscitou um debate interessado, levando-me a lançar o seguinte repto aos detentores do poder executivo: fazer como os representantes do partido Chega, sair dos gabinetes de Lisboa ou de Bruxelas, deslocarem-se ao terreno, ouvir aqueles que diariamente sofrem as vicissitudes de uma atividade fundamental para a sobrevivência humana e arranjar soluções, esquecendo a bolha onde decidem. Fiz também um apelo interno, o de continuar a estar junto das populações e não nos acomodarmos. Os portugueses não o iriam compreender.
Venho com uma certeza, continuaremos o nosso rumo e, por nós, o interior nunca será esquecido.

* Deputado do Chega na Assembleia da República eleito pelo círculo da Guarda

Sobre o autor

Nuno Simões de Melo

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