Jorge Moreira da Silva

Escrito por Diogo Cabrita

«Sempre existiram alianças históricas para derrubar os inimigos e sempre se fizeram entre democratas e menos democratas»

Quando a tentativa cega de chegar ao poder usa os corredores do palácio e a rede social, tudo se esgota num vazio de argumentos e numa falácia de leituras inconsequentes. O PSD tem obrigação de arrancar o poder ao partido a que serve de oposição e tem de o fazer de forma contundente e eficiente. Assim, a tomada de poder do Governo dos Açores e a destruição do império da família de Carlos César é a essência do PSD. Não há outra razão para existirem partidos que a do exercício do poder e, portanto, a entrega de lugares de decisão aos membros do grupo que se envolvem na luta diária, se possível, cheios de ilusão e de utopia. Muitos estão para mudar o mundo e muitos para depenar o erário público, e outros para dar azo à sua vaidade, mas esse problema é outro e esse problema é da competência das instituições democráticas que devem vigiar o uso do poder. Jorge Moreira da Silva e Paula Teixeira da Cruz e outros membros do PSD andam doidinhos para atacar Rui Rio porque agora cheira a distribuição de poder. A vitória da direita e do PSD nos Açores foi referendada e é legítima, ponto! Venham cá com bandeiras moralistas os que se aliaram ao PCP para derrubar Sócrates. Já não recordam Vasco Gonçalves e 1975. Sempre existiram alianças históricas para derrubar os inimigos e sempre se fizeram entre democratas e menos democratas. André Ventura diz disparates e alarvidades graves, entre as quais sobre o regime prisional, sobre a pedofilia, sobre os apoios sociais e tudo isso vem de uma incultura e de uma falta de saber das vantagens da sociedade livre, solidária, fraterna, eficiente, estética, veloz. É um palhaço que neste momento serve a democracia, mas não serve a oposição interna do PSD que sonha em derrubar o líder. Sugiro que estudem a guerra de resistência contra a opressão japonesa que, entre 1937 e dezembro de 1945, levou às alianças estratégicas mais inacreditáveis. Boicote económico dos EUA ao Japão em 1941 (possivelmente o gatilho do ataque japonês a Pearl Harbour). Aliança Sino-Soviética. Aliança de Mao Tse-Tung com Chiang Kai Cheq para derrotar a invasão japonesa. Tudo termina depois da Longa Marcha com a guerra civil da China e o aparecimento da República Popular da China, rainha de atrocidades e aplanamento cultural, ideológico e religioso. O mundo é dinâmico e o que se passou nos Açores é história política e vingança da mais óbvia. Costa pediu, Costa apanhou! Atenção que para mim o importante é a queda de Carlos César com estrondo. Que ele agora esteja a instrumentalizar estes jacobinos do PSD não me espanta – é o seu DNA.

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Diogo Cabrita

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