Jejum intermitente

Escrito por Cátia Reinas

Numa população como a portuguesa, em que 5% tem excesso de peso, têm-se procurado variadas formas de combater este problema de saúde pública. Deste modo, um dos métodos que tem vindo a ficar popular é o método de restrição calórica intermitente, ou “Jejum Intermitente”, como forma de perda de peso em alternativa a uma restrição calórica diária.
Esta restrição calórica intermitente, a partir de agora designada como jejum intermitente, tem como base fazer jejum durante pelo menos 12 das 24 horas que constituem um dia. Uma forma muito popular deste tipo de dieta é a “16:8”, em que escolhemos 16 horas de jejum durante o período em que estamos a dormir, e as restantes 8 horas em que podemos comer. É por isso um plano alimentar que se foca em quando comemos e não como comemos.

Estudos em humanos têm mostrado que o jejum intermitente é efetivo na perda de peso, mas não mais efetivo que outras dietas de restrição calórica. Entre refeições, os níveis de insulina diminuem e as células libertam a glicose que tinham guardada para ser usada como energia. Sendo assim, perdemos peso se permitirmos que os nossos níveis de insulina desçam. Por isso, todo o conceito do jejum intermitente é baseado na descida dos níveis de insulina durante o tempo suficiente para que se queimem calorias.

Comer durante a noite está associado a um aumento do risco de obesidade, assim como de diabetes, pois neste período o nosso metabolismo abranda. Isto quer dizer que se mudarmos apenas as horas das refeições, ao comer mais cedo durante o dia e ao estender o jejum durante o período da noite, isso já ajuda na perda de peso.

Contudo, muitas pessoas consideram o jejuar uma forma difícil de perder peso, por isso cada um deve encontrar uma abordagem que funcione e seja sustentável para o próprio. Mais ainda, pessoas com história de distúrbios alimentares como anorexia e bulimia não estão aconselhadas a adotar este tipo de padrão alimentar.

Seja qual for o plano alimentar que desejemos adotar, é importante:
– Evitar açúcar e alimentos refinados e trocá-los por frutas, vegetais, feijões, lentilhas, etc.
– Não petiscar entre refeições e deixar o corpo queimar as calorias.
– Fazer exercício físico.
– Evitar comer durante a noite e nas 2 a 3 horas antes de ir dormir.

* Interna de Medicina Geral e Familiar na USF “A Ribeirinha”

N.R.: A rubrica “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da ULS da Guarda e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda. O objetivo desta coluna mensal é capacitar a comunidade a fazer parte integrante do seu processo de saúde/doença, motivando-a para comportamentos de vida saudáveis e decisões adequadas. Para tal, são escolhidos temas pertinentes que serão apresentados por ordem alfabética.

Sobre o autor

Cátia Reinas

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