Ganhar o futuro

Escrito por Pedro Fonseca

“Os “mundos e fundos” da União Europeia prometem transformar a década de 2020 numa reedição do tempo das “vacas gordas”. Para se ser bem-sucedido, importa, desde logo, que não se cometam os mesmos erros de anos anteriores.”

Corria o verão de 2013 e as eleições autárquicas dominavam a agenda da Guarda. Um dia a cidade acordou com um novo cartaz da coligação PSD/CDS localizado nas imediações do Jardim José de Lemos. Beneficiando de uma máquina de marketing político nunca antes vista por estas bandas, a referida candidatura disparava aquela que se tornaria de imediato na frase forte de todo o cenário eleitoral e que ainda hoje ecoa no pensamento de muitos guardenses. Através deste cartaz, Álvaro Amaro anunciava que, com ele na presidência da Câmara, a Guarda iria “Liderar a Região, Ganhar o Futuro”.
Volvidos oito anos, é seguro afirmar que a promessa da candidatura vencedora de 2013 (e de 2017) continua por cumprir. É inteiramente justo reconhecer que muito mudou na nossa cidade desde que o referido slogan político penetrou no imaginário dos guardenses. Contudo, a Guarda não passou a liderar a região, nem através da CIMBSE, nem através de uma afirmação per se nos panoramas nacional e ibérico. Com efeito, a anunciada marcha triunfal rumo ao futuro está ainda por concretizar.
Retomar esse desígnio será o grande desafio do presidente da Câmara Municipal da Guarda para o mandato 2021-2025, catapultando definitivamente a Guarda para o patamar de cidade de dimensão ibérica com a capacidade de liderar o desenvolvimento económico, social e cultural de toda uma região, de braços abertos para a Europa e para o mundo.
Os “mundos e fundos” da União Europeia prometem transformar a década de 2020 numa reedição do tempo das “vacas gordas”. Para se ser bem-sucedido, importa, desde logo, que não se cometam os mesmos erros de anos anteriores.
Necessitamos de uma visão estratégica e de futuro para garantir o melhor aproveitamento das verbas disponíveis e ainda de um serviço de apoio permanente aos setores privado, social e associativo do concelho para a elaboração de candidaturas aos fundos comunitários e execução dos respetivos projetos.
No mundo de hoje, o desenvolvimento económico e social está cada vez mais dependente do labor efetuado pelas instituições de ensino superior e dos centros de investigação. O IPG assume-se, por isso, como uma peça fundamental da estratégia futura e tem obrigatoriamente de ser apoiado nas suas atividades e envolvido na delineação de novos horizontes de desenvolvimento do concelho e da região.
A tão necessária fixação de pessoas exige, acima de tudo, a disponibilização permanente de oportunidades. Oportunidades de emprego (qualificado e não qualificado), de ensino e formação, de progressão na carreira, de constituição de família num local seguro, cosmopolita, com espaços de lazer e atividades culturais.
A Guarda é a sede do poder da comunidade intermunicipal, mas continua difícil de entender como é que, em oito anos, a única capital de distrito de entre os municípios que a integram ainda não assumiu a presidência. É imperioso que o faça. A sua ambição de liderança regional assim o exige.
Para “Liderar a Região, Ganhar o Futuro”, ideias e fundos comunitários não faltam, mas o tempo, esse, vai escasseando.

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Pedro Fonseca

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