Estou-me a “endireitar”

Escrito por Diogo Cabrita

“Afinal, as máquinas substituem os cidadãos mas não baixam os preços. As pessoas já não têm balcões bancários, mas pagam mais taxas que nunca. Fazemos os registos online e pagamos os mesmos custos de sempre e a subir.”

Mudar a vida mas tendo sempre a sustentação, a liberdade de escolha, a transparência das instituições e dos cargos, a coerência no cumprimento de regras. Seria um programa contra a beneficência, contra a dádiva para os desfavorecidos, contra o apoio constante de subsídios. Passou-se! Não, pelo contrário defendo os contratos sociais. És pobre? Recebeste uma casa da comunidade? Tens de garantir que a cuidas e a respeitas, e a manténs digna. Recebeste subsídios do Estado de reinserção ou de rendimento mínimo? Não podes estar alcoolizado, não podes andar a raspar o dinheiro que não é teu. Estes dinheiros não são reformas, são subsídios por te afirmares ou estares incapaz. Sou contra o excesso de reformas e a favor da facilitação da adaptação. Ter uma tarefa social que se cumpre com zelo melhora as pessoas. E sim, podemos aumentar o trabalho por turnos, trazer mais gente ao emprego, dar mais estabilidade a todos. Para facilitar o emprego por horários curtos, defendo a facilidade da contratualização. Só quero trabalhar dez horas – recebo na proporção dessas horas. Assim, o salário mínimo deveria aferir o valor mínimo por hora de trabalho. Só preciso de ti às terças-feiras. Também estou em crer que os serviços onde homens são substituídos por máquinas devem contribuir na mesma para a Segurança Social. Afinal, as máquinas substituem os cidadãos mas não baixam os preços. As pessoas já não têm balcões bancários, mas pagam mais taxas que nunca. Fazemos os registos online e pagamos os mesmos custos de sempre e a subir.
Substituir os cuidados continuados por compromissos sociais, por solidariedade de sangue, de família, criando apoios nos domicílios para doentes acamados com utilização de familiares desempregados a quem se dá formação e condições, e se audita na função. Nos lugares públicos temos o dever de garantir segurança às famílias e aos que passeiam, identificando os meliantes e os bandidos que impedem o prazer de todos nós. Há que ir buscar a casa quem percebemos que leva a vida a perturbar o bem-estar coletivo. Aqui incluo a proibição de claques organizadas no futebol, de bandos de idiotas a percorrer ruas protegidas pela polícia, de lugares de selvagens em campos onde queremos as famílias e os filhos a divertirem-se. Há um programa de ação para Portugal que tem de ser construído com base nos valores de sempre, sustentado na tradição dos que percebem que o trabalho, o respeito, a segurança, a saúde, a educação, são pilares sociais.

Sobre o autor

Diogo Cabrita

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