Quando em 2021 o presidente cessante da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, fez a sua declaração de balanço de mandato e de transmissão do poder ao novo presidente Sérgio Costa, deu conta de um importante projeto em curso: o município tinha negociado um protocolo de entendimento para a instalação de um hospital privado do Grupo Terra Quente no espaço do antigo Matadouro, prevendo-se na altura um investimento entre os 10 e 12 milhões de euros, com muitas especialidades médicas e com capacidade para 400 a 500 consultas diárias.
O projeto incluía uma residência sénior com 80 camas e um centro de dia com capacidade para 30 utentes: seriam mais 30 postos de trabalho. O que estava acordado era a constituição de um direito de superfície para a cedência durante 30 anos do terreno onde seria construído o hospital privado.
Se Sérgio Costa não tivesse abortado o projeto, o novo hospital abriria portas no próximo ano, criando 90 postos de trabalho diretos – e mais de 200 indiretos – todos profissionais muito qualificados. Os médicos, enfermeiros e técnicos especializados que viriam trabalhar para a Guarda, poderiam também reforçar as unidades do Serviço Nacional de Saúde do concelho.
Só que, com a sua forma típica de trabalhar, Sérgio Costa reduziu isto a nada.
Era um investimento privado, sem custos para o erário público central ou local (para além da cedência do terreno). Era uma forma de atrair à Guarda mais visitantes dos concelhos e das cidades vizinhas, que, ao visitarem a cidade, fariam despesa na sua restauração, hotelaria e comércio. Melhoraria a prestação de cuidados de saúde na Guarda – e animaria a sua sociedade e a sua economia.
Com a sua forma típica de trabalhar, Sérgio Costa reduziu isto a nada. Tempos depois, falou que, em alternativa, iria recuperar o Pavilhão Rainha D. Amélia, situado no Parque da Saúde, para lá instalar um centro de investigação nacional do envelhecimento. O que é que ele fez sobre isso até hoje? Nada! É a forma típica de trabalhar de Sérgio Costa…
Enquanto Sérgio Costa empurrava vultuosos investimentos em saúde para fora da Guarda, abriu em 2022 o Hospital da Luz Clínica da Covilhã. O Grupo Terra Quente, impedido de avançar com o hospital na Guarda, lançou uma unidade de saúde em Vila Nova de Foz Côa. E, há dias, foi anunciada a abertura de um novo Hospital CUF na Covilhã, um investimento de 40 milhões de euros.
As cidades à volta da Guarda aproveitam bem a inépcia de Sérgio Costa. A Guarda, que o elegeu, deve queixar-se de si própria.
* Presidente do Conselho Distrital da SEDES Guarda