Direito de resposta e de retificação

No passado 28 de fevereiro de 2022, foi publicada, na página online de O INTERIOR, uma notícia, de título “Ecografias de cardiologia pediátrica por telemedicina na ULS da Guarda” (https://ointerior.pt/sociedade/ecografias-de- cardiologia-pediatrica-por-telemedicina-na-uls-da-guarda/).
Esta notícia terá como fonte uma publicação partilhada na página de Facebook da ULS Guarda, no dia 24 de fevereiro de 2022, com o título “Serviço de Pediatria da ULS Guarda já dispõe de ecografias pediátricas na área de cardiologia através de telemedicina”.
O texto publicado apresenta esta valência como uma completa novidade na ULS, ignorando totalmente o facto de se tratar na realidade de um serviço prestado há mais de 20 anos pelo Serviço de Cardiologia, o qual, aliás, foi pioneiro na região Centro na implementação da Telemedicina.
Esta atividade sempre foi do conhecimento de todas as direções clínicas, tendo inclusivamente sido divulgada em publicações científicas, como atesta, por exemplo, o trabalho “Cinco anos de experiência de ecocardiografia por telemedicina em cardiopatias congénitas.”, apresentado no XXVII Congresso Português de Cardiologia em 2006.
A ecocardiografia infantil, tanto hospitalar como dos cuidados de saúde primários, que sempre foi realizada pelo Serviço de Cardiologia, passou em 2001, a contar com uma consulta formal de Cardiopatia Infantil, com recurso a Telemedicina, para avaliação de casos mais complexos.
Esta consulta funcionou com regularidade, em colaboração com a equipa de Cardiologia do Hospital Pediátrico de Coimbra, em parceria com o Dr. Eduardo Castela até à sua aposentação, em 2017, e desde então com a Dra. Helena Andrade, cuja colaboração se manteve até à atualidade.
A notícia publicada branqueia assim 29 anos de uma atividade assegurada pela Cardiologia, pese embora não ser da sua competência, sendo este um serviço de cardiologia de adultos. Esta consulta permitiu durante todos estes anos o acesso das crianças do distrito da Guarda a uma valência não disponível nesta ULS, em tempo útil e evitando inúmeras deslocações a Coimbra das crianças e pais com todos os custos associados.
O Serviço de Cardiologia, que sempre pautou a sua atividade pela prestação dos melhores cuidados de saúde à população que serve, vê-se assim mais uma vez desrespeitado, não apenas pela notícia publicada, mas por toda a desconsideração inerente a este processo.
Na sequência da partilha desta notícia foi enviada, no dia 10 de março de 2022, uma carta ao atual Conselho de Administração da ULS Guarda E.P.E., com vista a que fosse reposta a verdade. Até à data não houve qualquer resposta.
Tendo em conta os factos expostos, enquanto diretora deste Serviço, e como membro da equipa que tantos anos integrou esta consulta, venho por este meio exigir uma apuração dos factos, assim como que se proceda ao desmentido e retificação da notícia publicada.

Maria Cristina Martins Gamboa, diretora do Serviço de Cardiologia da ULS da Guarda

N.R.: O INTERIOR limitou-se a noticiar a informação divulgada na altura pela ULS da Guarda, através de uma nota de imprensa, sendo alheio a toda e qualquer polémica criada pela sua divulgação.

Sobre o autor

Maria Cristiana Gamboa

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