Derretidos

Escrito por Pedro Narciso

Quando ainda assistimos à luta semântico epidemiológica entre ondas/vagas de Covid, o calor volta a brindar-nos com uma nascente do Mondego e do Zêzere em cada axila, a cada três passos. A principal prova de que este aquecimento global é real é que não me recordo da última vez que me meti na água de um rio e senti os testículos imediatamente a bater nos tímpanos!

Como o calor intenso é uma das principais causas de morte em Portugal, para prevenção dos seus efeitos recomendam-se as seguintes medidas:

– As pessoas que sofram de extroversão crónica, ou que estejam a fazer uma vida com pouco sal, ou com restrição de riscos, devem aconselhar-se com o seu “dealer”, ou contactar celeremente a Linha de marcação de festas Covid-Guarda.

– Permaneça duas a três horas por dia numa rede social fresca, com discurso de ódio não monitorizado pelo Governo, para evitar as consequências nefastas de propagação da evaporação da noção, particularmente no caso de “trolls”, chegófilos ou pessoas com problemas crónicos de cognição. Se não dispõe de discurso arejado, visite bibliotecas, cinemas, museus ou outros locais de ambiente fresco. Evite as mudanças bruscas de opinião. E mesmo com números negros, dispense os conselhos do Klu Klux Klan da sua área de residência.

– Impeça a exposição direta ao portal das matrículas, em especial entre as 6 e as 24 horas. Sempre que se expuser ao computador, ou olhar para o ecrã, tome um Xanax com um índice de relaxamento elevado (igual ou superior a 1mg) e atualize a sua página sempre que a mesma exponha um erro (de 2 em 2 horas) e se estiver cego ou transpirado de raiva. Quando regressar do Bad Gateway 502 ou do Error 504 aplique um pontapé rotativo no equipamento, principalmente nas horas de stress intenso e irritação ultravioleta elevada.

– Aumente a ingestão de gin, ou vodka natural, sem adição de sumos, mesmo sem ter sede.

– Confine os finalistas holandeses nos dias de grande calor. Se permanecerem no Algarve menos de seis dias não devem ser sujeitos à exposição de bebidas alcoólicas, drogas e mulheres. Devem aplicar o modelo dos finalistas portugueses em Torremolinos. Permanecer nos quartos de hotel, bater palmas às músicas do padre Borga no Zoom até fazer queimaduras na pele, jogar UNO debaixo de um chapéu-de-sol, dançar o Kumbaya na água do mar e na areia da praia refletindo a aura solar de Amesterdão

– Evite que o calor entre dentro do “Avante”. Correndo com as persianas do capitalismo, as cortinas dos gulags e, particularmente, mantendo Rita Rato no Aljube. Ao entardecer, quando a temperatura das sondagens no exterior for inferior àquela que se verifica no interior da festa, provocar correntes ideológicas divergentes, tendo em atenção os efeitos prejudiciais desta situação.

– A TAP, a EFACEC e as empresas doentes podem não sentir, ou não manifestar sede de gestão eficiente, pelo que são particularmente vulneráveis –ofereça-lhes dinheiro dos contribuintes esteja atento e vigilante.

– No período de maior calor tome um duche de sucata tépida ou fria. Evite, no entanto, mudanças bruscas de bazófia (uma ameaça gelada à Alemanha, imediatamente depois de um discurso inflamado, pode causar amnésia, principalmente em ministros ou em crianças).

– Previna o financiamento a passadiços expostos à massificação, principalmente nos períodos de maior fervor da moda, sobretudo depois dos polidesportivos, das autoestradas e das rotundas. Se o passadiço não tiver escadas rolantes, não feche completamente o próximo quadro comunitário de apoio. Levar água suficiente para o caso do fogo fazer uma visita infernal. Para algo mais útil visite viagens@gronelândia.já .

Sobre o autor

Pedro Narciso

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