Defender as posições do reforço do investimento público é a melhor “rega” comemorativa da “oliveira” nos 43 anos da criação do nosso SNS

Escrito por Honorato Robalo

“Haja memória dos que sempre lutaram na defesa do SNS, aos comunistas não poderão atacar, sempre política e ideologicamente defenderam e defenderão o Serviço Nacional de Saúde.”

Passados 43 anos da gloriosa conquista da revolução do 25 de Abril, o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que vemos na praça pública são os interesses corporativos aliados aos interesses económicos privados do negócio da doença a concertarem posições contra o fortalecimento do SNS.
Não é inocente que o dito Estatuto do SNS seja em muitas matérias contrário à própria Lei de Bases da saúde, esta que teve a oposição do actual Presidente da República, bem claro nas posições que tem tomado no condicionamento da discussão política e ideológica, ou seja o PR é porta-voz daqueles que nunca foram favoráveis à exclusiva intervenção do SNS na prestação de cuidados de saúde públicos. Mais ainda quando, numa análise rigorosa do trabalho realizado no decurso da pandemia, das experiências recolhidas, das necessidades identificadas e dos meios necessários para combater o surto epidémico e regularizar a atividade normal do SNS, se constata pela necessidade de intervenção imediata com um plano de emergência para reforço do SNS.
Muitos criticaram o PCP, em outubro de 2021, quando exigia um plano estratégico de investimento em recursos humanos, com dedicação exclusiva e o reforço de equipamentos para evitar a sangria de milhões de euros para o privado tendo em conta a necessidade de internalizar a realização de milhares de exames complementares de diagnóstico. Mais de 16 mil milhões desperdiçados no setor financeiro e nem mil milhões no reforço do SNS. Nada é por acaso quando confirmamos a porta aberta aos interesses instalados com a proliferação do setor privado da saúde tentado mais uma vez capturar o Orçamento de Estado. O tempo vem mais uma vez dar razão ao PCP.
Há opções ideológicas claras por parte do PS e PSD, agora com a ajuda dos extremos de direita fascista a ocuparem a posições do sempre CDS, este contrário a criação do SNS, basta verificar ainda esta semana o chumbo de propostas do PCP no reforço e fixação de recursos humanos no SNS. Vamos mais uma vez verificar, aquando da discussão para breve do OE de 2023, as diferentes posições e decisões políticas e ideológicas com vista ao reforço ou não das transferências para o SNS.
Quais as razões da não mobilização e modernização da capacidade de diagnóstico e terapêutica instalada no SNS? Mais uma vez lembro a quem interessa que a capacidade ao nível de instalações do Hospital Nª Sra. da Assunção, em Seia, não seja rentabilizada? Quem não planificou a fixação de jovens médicos formados na FCS/UBI, nomeadamente ao nível dos CSP? Quem encerrou extensões de saúde ou SAP? Quem encerrou ou concentrou serviços públicos de saúde? Uma simples resposta: os sucessivos governos do PS, PSD e CDS, juntos ou sozinhos e com o apoio agora do CHEGA e da IL, e com a aplicação administrativa dos sucessivos CA da ULS da Guarda, nomeados pelos respetivos governos que não dão verdadeira autonomia e muitas vezes capturados por interesses corporativos instalados, estes na proliferação da promiscuidade público-privado. Mais, com atores políticos no Ministério da Saúde, que voltam a ser os protagonistas das malfeitorias ao SNS.
Haja memória dos que sempre lutaram na defesa do SNS, aos comunistas não poderão atacar, sempre política e ideologicamente defenderam e defenderão o Serviço Nacional de Saúde.

* Militante do PCP

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Honorato Robalo

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