Muitos anos depois da primeira crónica que escrevi sobre os grandes bidés, volto a falar do tema. Infelizmente, a vida portuguesa tem parcos remédios e infinita imobilidade de quem devia ter consciência, e exercer o seu poder orientador e pragmatismo.
As piscinas foram objeto de documentos importantes que recomendo: https://www.iasaude.pt/attachments/article/669/DGS_circular_normativa_14-DA-2009_08_21.pdf – mas que dificilmente se cumprem, e mesmo com tristeza a maioria dos que as deviam cuidar desconhecem. http://portal.anmsp.pt/06-SaudeAmbiental/061-Aguas/piscinas.htm . A verdade é que temos dois modos de reduzir a introdução de bactérias no bidé: a primeira é lavando os banhistas, sobretudo o seu rabinho. A segunda é injetar litros de desinfetantes na água. O primeiro é normal em países de gente pensadora e refletida, pessoas que sabem que se devem duchar antes do banho público, e já agora antes de entrarem nos lençóis imaculados, e ainda que pensam nos outros além delas próprias.
A temperatura da água é um importante fator de desenvolvimento de bactérias e, por essa razão, os caldos aumentam a presença de bicharada. São animais que, ao contrário das moscas e das baratas, não se veem. Os coliformes fecais, os estrecptococos fecais, os estafilococos aureus, etc., são nossos amigos desde a fossa nasal até ao orifício anal. Mas claro que na cultura dos mascarados da Covid isto não é importante.
A cidadania só responde ao medo incutido por políticos em horas nobres. Lavarem-se antes de entrar na piscina é uma coisa que não dá para fazer, pois a partilha de bactérias e vírus é uma intimidade que lhes agrada. Hoje, que há milhares de pessoas a praticar desporto e ginástica nas piscinas, era de prever que se lavassem antes e depois do exercício. Uns nem uma coisa nem outra, outros só depois. O contraditório ridículo é que se encharcam de desinfetantes nas mãos e corpo, mas a água tratada à bruta das piscinas, acham que lhes faz mal. A verdade é que desde o Covid a confusão é maior. Protegeram-se muito do vírus, mas convivem felizes com o fecalis. Os diretores das piscinas, para agradar a estes clientes, fecham as janelas e aquecem a água. Ninguém impede, ou educa, esta gente para se duchar antes da piscina e então carregam nos desinfetantes, e sonegam a informação dos tratamentos e vigilâncias das piscinas, que deviam estar em grande nas entradas. O povo deve ver a trampa que leva para o banho público.