Cumbre Vieja

Escrito por António Costa

“Os fenómenos mais perigosos associados aos vulcões são os fluxos de lava, as nuvens de cinza e os materiais piroclásticos, os fluxos piroclásticos, o derretimento de glaciares, os fluxos de lama associados e a emissão de gases e chuvas ácidas.”

Durante os últimos dias têm chegado imagens da erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma. Tratam-se de imagens fascinantes do ponto de vista estético e científico, mas simultaneamente aterradoras do ponto de vista social. À data da elaboração deste texto, o vulcão já tinha desalojado cerca de 6.000 pessoas e engolido 420 habitações.
Este fenómeno natural apresenta diferentes configurações dependendo da temperatura do magma, da quantidade de produtos voláteis que acompanham as lavas e da fluidez ou viscosidade da mesma. Um vulcão é uma abertura na superfície da Terra através da qual emerge a lava, uma rocha fundida e incandescente que, quando chega à superfície, arrefece e torna-se sólido. Geralmente os vulcões têm forma de cone. Durante a erupção podem libertar-se materiais que vão desde pedaços de rochas até cinzas incandescentes, lava líquida e gases, como vapor de água, dióxido de carbono, dióxido e enxofre, azoto entre outros.
A atividade vulcânica está concentrada, principalmente, nas mesmas áreas que a atividade sísmica. Segundo a forma adquirida pela estrutura de um vulcão, diferenciam-se vários tipos: os vulcões em escudo, que se caracterizam pela baixa viscosidade do magma, de modo que a lava flui formando escoadas; o vulcão composto, típico de um magma viscoso que provoca a fragmentação do material arrefecido em forma de piroclastos; e vulcões em forma de cúpula, formados por camadas de magma ácido, viscoso, que não chegam a abandonar a chaminé. Referir ainda que as caldeiras que se formam devido ao colapso da câmara magnética depois de uma erupção maciça e violenta. Segundo a composição do magma, os vulcões apresentam diferentes tipos de erupção, algumas mais explosivas do que outras. A lava nem sempre chega à superfície da mesma forma. Por vezes, fá-lo com grandes explosões e enormes massas de gases, fumo, cinzas e rochas incandescentes que podem ser projetadas a vários quilómetros de altura.
Os fenómenos mais perigosos associados aos vulcões são os fluxos de lava, as nuvens de cinza e os materiais piroclásticos, os fluxos piroclásticos, o derretimento de glaciares, os fluxos de lama associados e a emissão de gases e chuvas ácidas. O material piroclástico é uma nuvem de fragmentos de lava muito quentes que circulam a grande velocidade através do ar e do vapor. Por seu lado, o fluxo piroclástico pode estender-se ao longo de quilómetros e destruir toda a vida e propriedades que encontre à sua passagem.
Relativamente à atividade vulcânica, podem especificar-se dois conceitos diferentes, mas muito relacionados entre si: a perigosidade dos vulcões e o risco vulcânico. O conceito de perigosidade depende da potencialidade de ocorrência de um fenómeno natural que, por sua vez, depende da existência de condições geológicas e naturais que tornem provável uma futura erupção. Este conceito é independente da presença ou não de comunidade bióticas ou das atividades humanas se desenvolverem ou não próximo da sua área de influência. Isto significa que a perigosidade é um fator intrínseco do vulcão e não dos danos que a sua atividade possa causar. Por outro lado, existe o risco vulcânico. Nesta situação, são tidos em conta os danos potenciais que a atividade de um vulcão poderia causar sobre as populações e infraestruturas que o rodeiam. É precisamente este o fenómeno mais dramático dos relatos que chegam da ilha espanhola de La Palma.

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António Costa

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