Durante os últimos dias têm chegado imagens da erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma. Tratam-se de imagens fascinantes do ponto de vista estético e científico, mas simultaneamente aterradoras do ponto de vista social. À data da elaboração deste texto, o vulcão já tinha desalojado cerca de 6.000 pessoas e engolido 420 habitações.
Este fenómeno natural apresenta diferentes configurações dependendo da temperatura do magma, da quantidade de produtos voláteis que acompanham as lavas e da fluidez ou viscosidade da mesma. Um vulcão é uma abertura na superfície da Terra através da qual emerge a lava, uma rocha fundida e incandescente que, quando chega à superfície, arrefece e torna-se sólido. Geralmente os vulcões têm forma de cone. Durante a erupção podem libertar-se materiais que vão desde pedaços de rochas até cinzas incandescentes, lava líquida e gases, como vapor de água, dióxido de carbono, dióxido e enxofre, azoto entre outros.
A atividade vulcânica está concentrada, principalmente, nas mesmas áreas que a atividade sísmica. Segundo a forma adquirida pela estrutura de um vulcão, diferenciam-se vários tipos: os vulcões em escudo, que se caracterizam pela baixa viscosidade do magma, de modo que a lava flui formando escoadas; o vulcão composto, típico de um magma viscoso que provoca a fragmentação do material arrefecido em forma de piroclastos; e vulcões em forma de cúpula, formados por camadas de magma ácido, viscoso, que não chegam a abandonar a chaminé. Referir ainda que as caldeiras que se formam devido ao colapso da câmara magnética depois de uma erupção maciça e violenta. Segundo a composição do magma, os vulcões apresentam diferentes tipos de erupção, algumas mais explosivas do que outras. A lava nem sempre chega à superfície da mesma forma. Por vezes, fá-lo com grandes explosões e enormes massas de gases, fumo, cinzas e rochas incandescentes que podem ser projetadas a vários quilómetros de altura.
Os fenómenos mais perigosos associados aos vulcões são os fluxos de lava, as nuvens de cinza e os materiais piroclásticos, os fluxos piroclásticos, o derretimento de glaciares, os fluxos de lama associados e a emissão de gases e chuvas ácidas. O material piroclástico é uma nuvem de fragmentos de lava muito quentes que circulam a grande velocidade através do ar e do vapor. Por seu lado, o fluxo piroclástico pode estender-se ao longo de quilómetros e destruir toda a vida e propriedades que encontre à sua passagem.
Relativamente à atividade vulcânica, podem especificar-se dois conceitos diferentes, mas muito relacionados entre si: a perigosidade dos vulcões e o risco vulcânico. O conceito de perigosidade depende da potencialidade de ocorrência de um fenómeno natural que, por sua vez, depende da existência de condições geológicas e naturais que tornem provável uma futura erupção. Este conceito é independente da presença ou não de comunidade bióticas ou das atividades humanas se desenvolverem ou não próximo da sua área de influência. Isto significa que a perigosidade é um fator intrínseco do vulcão e não dos danos que a sua atividade possa causar. Por outro lado, existe o risco vulcânico. Nesta situação, são tidos em conta os danos potenciais que a atividade de um vulcão poderia causar sobre as populações e infraestruturas que o rodeiam. É precisamente este o fenómeno mais dramático dos relatos que chegam da ilha espanhola de La Palma.
Cumbre Vieja
“Os fenómenos mais perigosos associados aos vulcões são os fluxos de lava, as nuvens de cinza e os materiais piroclásticos, os fluxos piroclásticos, o derretimento de glaciares, os fluxos de lama associados e a emissão de gases e chuvas ácidas.”