Crónica de Setembro

“Na vida política há claramente ambição – quer de quem governa quer de quem é oposição. Mas, já diz o velho dito “depressa e bem, não há quem”.”

A objectividade das palavras do Primeiro Ministro de Portugal parece que soam provocatórias a alguns membros dos partidos de oposição. Vivemos tempos conturbados, porquanto essa objectividade e a frontalidade na forma de encarar a governação do país e na firme manutenção da verdade, ainda que por vezes dura, sejam o alvo de quem nos últimos anos teve responsabilidade acrescida e a descurou.
Na vida política há claramente ambição – quer de quem governa quer de quem é oposição. Mas, já diz o velho dito “depressa e bem, não há quem”. Não quer dizer que nos devamos amparar num ditado popular, que orienta as palavras para a ponderação, para a prudência e para a implementação estrutural de reformas, que levam tempo e clamam pela mudança séria, rigorosa e credível. A questão é que a verdadeira ambição deve precisamente residir nessa capacidade de identificar os reais problemas e no empenho em resolvê-los, sem os arrastar nesse tempo que vai (e foi) passando. O que é certo é que o país está melhor, desde Março, que as mudanças se têm sentido positivamente na vida dos portugueses, na paz social e na esperança devolvida. Prova disso são o acordo com os professores, o acordo com os funcionários judiciais, o acordo com as forças de segurança e o acordo com os guardas prisionais, por exemplo.
Desde a apresentação do programa do Governo na Assembleia da República, no dia 10 de Abril, já foi possível agir e trazer mudança, desde a descida do IRS, o aumento do Complemento Social para Idosos para seiscentos euros, os medicamentos gratuitos para os beneficiários do CSI, as medidas exclusivas para a Juventude, o Programa de Emergência e Protecção na Saúde, o Plano de Acção para as Migrações, a Agenda Anti-Corrupção, entre outras medidas orientadas para um país melhor e mais atractivo.
A experiência daqueles últimos anos de uma maioria absoluta inoperante, por um lado, e de um emergir de extremismos de forças políticas, de crispação e apelo ao fervor da instabilidade e intranquilidade, por outro, devem ilustrar uma lição para os portugueses – há benefícios práticos e efectivos que provêm da estabilidade política, de uma democracia respeitadora das diferenças e do poder transformador de um país em que é possível governar, implementar políticas e assumir compromisso para um futuro melhor.

* Deputada do PSD na Assembleia da República eleita pelo círculo da Guarda (a autora escreve ao abrigo do anterior Acordo Ortográfico)

Sobre o autor

Dulcineia Catarina Moura

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