Foi dele o terreno mais valioso e maior. Dono das herdades a norte do monte da bezerra, tinha olivais e sobreiros. Montes a perder de vista. Não se dava com os irmãos que ficaram a sul. Fizeram uma linha de ciprestes para emparedar o ódio. Construíram dois portões para não cruzarem no caminho. O capitão do vinho era um homem ameno, apaziguador, fez uma vinha onde o pai deixou árvores de fruta. O major herdade detestou a iniciativa do irmão. Destruiu as frutas do pai! – gritou a quem quis ouvir e não. Odiou o irmão desde a primeira leira e data desse tempo a picagem dos ciprestes e edificar a barreira verde que tapava os olhares indiscretos. Construiu uns bungalós na herdade entre as árvores que lá tinha. Fez um turismo de habitação de nome “a Herdade”. O monte da bezerra passou a ter turismo. Os jovens andavam dos dois lados do muro verde. Iam pela vinha e provavam dos cachos. O capitão oferecia-lhes vinho. Está a querer roubar-me os clientes – gritou a quem quis ouvir e não. Os clientes da Herdade que atravessaram os ciprestes foram mandados embora. Deixaram de vir clientes. Acabou-me com o negócio! – gritou para todos em falsete e em voz grossa. O capitão mandou um amigo perguntar pelo valor da Herdade e ele disse que sim. O vizinho foi à escritura e ele manteve que sim. O vizinho vendeu ao capitão e o major gritou que não.
Fui enganado! – gritou a quem quis ouvir e não. O monte da bezerra tem agora ciprestes com um portão no meio, onde se passa livremente da Herdade para a vinha. Chegam jovens e divertem-se. Voltam e ajudam nas vindimas. O major herdade está internado num lar onde toda a noite grita – bandido! A herdade é minha! A meio da noite alguém o medica para descanso dos demais.
Conto sobre o major herdade
“O major herdade está internado num lar onde toda a noite grita – bandido! A herdade é minha! A meio da noite alguém o medica para descanso dos demais.”