Temos estado calados a observar as medidas implementadas para dar apoio às milhares de IPSS deste país por parte do Governo ou até por parte das autarquias e, lamentavelmente até agora nada.
Aparece agora a notícia de quatro lares com casos positivos! Seria esta situação inevitável, não acham? Apesar de todos os cuidados e de todas as medidas já há muito tomadas pelas instituições, é nos lares que se concentra um dos grupos de maior risco e que, dia após dia, são confrontados com a escassez de recursos e a enorme dificuldade para adquirir equipamentos de proteção.
E os funcionários que estão nas instituições? Esses que se apresentam diariamente para cumprir o seu trabalho, que abandonam a sua família de quarentena em casa, para cuidar dos nossos idosos e dar-lhes toda a atenção e cuidados diários a que se comprometeram. Esses que, também eles, estão na linha da frente, como podem proteger-se? Como podem continuar a proteger os idosos com a escassez de recursos para tal?
Pergunto?
Não seria de bom tom que o nosso Governo garantisse que, do material que vai chegar esta semana, algum vá de imediato para os lares?
Não seria de bom tom as autarquias darem um apoio com a isenção completa do pagamento da água?
Não seria de bom tom que a Segurança Social isentasse durante seis meses o pagamento da Segurança Social?
Pois meus amigos se em caso extremo estas instituições não conseguirem passar esta fase, os nossos idosos têm que ir para junto das suas famílias e depois aí é que vai ser o caos total.
Espero ter contribuído para que o primeiro-ministro António Costa e os seus ministros da Saúde e da Segurança Social reflitam.
Não quero acabar sem também dizer ao sr. presidente da Câmara da Covilhã, dr. Vítor Pereira, bem como a todos os autarcas deste país, que olhem para este momento difícil que estamos a viver e que ajudem as IPSS dos seus concelhos, pois elas estão sempre na linha da frente e apoios, onde andam eles?
Para terminar quero bater as palmas de pé, intensivamente, aos milhares de trabalhadores deste país que estão na linha da frente, desde médicos, enfermeiros, camionistas, trabalhadores de lojas de bens alimentares, bombeiros e em especial aos trabalhadores dos lares e centros de dia, muitas vezes esquecidos!
* Título da responsabilidade da redação
Rui Amaro, presidente da administração do Centro Social Comunitário do Peso (Covilhã)