CIMBSE quis excluir o IPG do 5G

Escrito por Acácio Pereira

«marcaram a assinatura para a Guarda e incluíram no memorando de entendimento os institutos politécnicos de Castelo Branco, de Portalegre e de Tomar… mas, por razões que importava conhecer, decidiram não incluir o Instituto Politécnico da Guarda»

O Memorando de Entendimento do projeto “RE-CONNECT – Alta Conectividade e Convergência Digital em Baixa Densidade”, assinado na Guarda no dia 21 de junho, não envolvia na sua primeira versão o Instituto Politécnico da Guarda (IPG)!
Apesar de ter como principal signatário a CIMBSE (Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela), da qual fazem parte os municípios de Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso – o IPG não estava lá!
Neste protocolo com a Altice e que envolve mais 30 signatários, o presidente da CIMBSE, Luís Tadeu, também presidente da Câmara Municipal de Gouveia, achou natural não envolver o Politécnico da Guarda. Na sua primeira versão, o memorando contava com a Universidade da Beira Interior, contava com a Universidade de Coimbra, contava com as universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro, do Algarve, do Minho e de Évora – mas Luís Tadeu entendeu que não devia contar com o Instituto Politécnico da Guarda.
Luís Tadeu e a Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela marcaram a assinatura para a Guarda e incluíram no memorando de entendimento os institutos politécnicos de Castelo Branco, de Portalegre e de Tomar… mas, por razões que importava conhecer, decidiram não incluir o Instituto Politécnico da Guarda!
Importava perceber porquê, até porque na versão inicial do programa estava prevista a vinda à Guarda do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, para participar da cerimónia. Ora, pergunta-se: por que razão é que deveria vir o ministro do Ensino Superior à Guarda para uma coisa que não incluía a única instituição de ensino superior da cidade, da região e do distrito?
Não se percebe qual é o racional de Luís Tadeu. Tanto mais que, depois de o Instituto Politécnico da Guarda ter sido incluído, à última da hora, no memorando, o presidente da Câmara da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, lembrou na cerimónia da sua assinatura que «a Guarda tem algumas vantagens à partida: o seu Instituto Politécnico foi a instituição de ensino superior do país que mais cresceu em número de novos alunos, segundos os dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior».
Reforça-se, portanto, a pergunta: qual era a ideia do presidente da Câmara de Gouveia ao excluir o IPG do grande projeto tecnológico para a região nos próximos anos? Esperemos que esta não seja uma pergunta sem resposta.

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Acácio Pereira

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