Cheira a mofo!

Escrito por Frederico Lucas

O que esperar de 2019?
O que podemos esperar (e devemos recear) de 2019? O INTERIOR voltou a desafiar personalidades, autarcas, políticos e jornalistas a partilhar a sua opinião sobre o novo ano, bem como as suas aspirações, preocupações e anseios. Nesta edição publicamos os primeiros contributos, mas há mais para ler nas próximas semanas.

Entrámos no novo ano. Nada vai mudar em 2019: não dececionará nem surpreenderá.
Portugal continuará sem estratégia para o seu desenvolvimento. Vamos continuar a impressionar-nos com os eventos do regime, que nos convencem que sabemos para onde ir.
A população rural continuará atenta às oportunidades de outras regiões, e a migrar sempre que o benefício se revela evidente.
Quando pensamos em investimento, quase sempre o associamos a pacotes europeus para a coesão, que o mesmo é dizer “esmola para enganar os tolos”.
Tal como vaticinou um ex-ministro da Economia, Portugal pode ser a Flórida da Europa.
Os povos nórdicos têm melhores condições económicas que os portugueses, mas condições climatéricas bastante agrestes.
Veem Portugal como um excelente país para a sua reforma, o que dinamizaria a nossa economia de serviços, nomeadamente na restauração e saúde, bem como a indústria da construção. Existem em Portugal 500.000 casas em estado de ruína.
Adicionalmente, existem benefícios fiscais para esses povos migrarem para o nosso país, o que encerra um pacote bastante atrativo para famílias com maiores rendimentos. No ano passado, a Finlândia suspendeu esses benefícios. Qual a reação de Portugal? A mesma de sempre: rabinho entre as pernas.
Fracos com os fortes e forte com os fracos, tal como no tempo da ditadura salazarista. O crime compensa, desde que seja em grande.
A falta de rumo retira às pessoas o melhor da sua existência: a capacidade de sonhar. Sem ela, agarramos a liana que nos chega, sem hesitar. Esse fator transforma Portugal permeável ao populismo.
Quem aparecer a defender políticas restritivas para os migrantes, apoios para indústria poluidora, mas criadora de postos de trabalho, entraves à chegada de produtos estrangeiros, obterá expressivas vitórias eleitorais. Não vê quem não quer.
Sem estratégia não há valor, sem Justiça não há decência.
Pede-se ao leitor que aperte o cinto, porque a turbulência e a pouca vergonha vão continuar.

Sobre o autor

Frederico Lucas

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