Bandeiras

Escrito por Diogo Cabrita

“A eutanásia deve estar disponível, mas não pode ser a bandeira. Os princípios e as clamações devem ser por coisas positivas e boas.”

As bandeiras de hoje são a banalização do aborto (a prevenção é que devia ser a política), a eutanásia (o envelhecimento saudável é que deve ser a alternativa), o ambientalismo radical (a defesa de uma alimentação com mais plantas e menos carne e peixe é que é o caminho), a política de género nas escolas a baralhar crianças e a desconstruir as prioridades, o excesso de entretenimento para docilizar as gerações que assim vão dependendo de um estado que “trata”, que “protege” mas evita prevenir, reduzir, corrigir os erros, porque esta é a estratégia do negócio!
As bandeiras cegam a racionalidade e obnubilam as decisões e o pensamento. Querem uma medicina totalmente vinculada a linhas de orientação e protocolos. Isto viola um dos pés da equação – a individualidade, a particularidade. Concordo que a exposição frequente melhora a performance, mas nem toda a medicina é massificável. O aborto é um mau acontecimento e não deve ser uma bandeira. Deve estar disponível como solução, mas sempre em desfavor da prevenção. As mulheres devem exigir a contraceção masculina e têm ao dispor, de modo livre e gratuito, mecanismo de contraceção feminino. A eutanásia deve estar disponível, mas não pode ser a bandeira. Os princípios e as clamações devem ser por coisas positivas e boas. Devemos lutar por energias menos poluentes, mas não podemos dar passos vigaristas como o encerrar das centrais de carvão e acreditar que as eólicas só têm virtudes. Não podemos achar normal as barragens portuguesas estarem nas mãos de franceses ou chineses. As bandeiras estão a cegar a ideologia porque se tornaram fúteis e simplistas.

Sobre o autor

Diogo Cabrita

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