Nota prévia: a situação de pandemia que se vive atualmente, causada pelo SARS-CoV-2, tem sido propícia à proliferação de notícias falsas, rumores e boatos que mais não fazem do que aumentar e propagar a descrença nas autoridades de saúde. Deveremos todos ter pensamento crítico, procurar diversas fontes oficiais e fidedignas e conversar/ questionar com amigos antes de difundir uma informação.
Os tipos de micróbios mais frequentes são as bactérias, os vírus e os fungos, por isso vale a pena falar um pouco mais deles. Comecemos pelas primeiras. As bactérias são micróbios formados por uma única célula. As bactérias têm naturezas muitos diferentes e podem assumir formas bastantes distintas. As mais típicas são as redondas, chamadas cocos, e as alongadas, conhecidas como bacilos. Existem cerca de 40 milhões de bactérias por cada grama de terra, e um milhão por cada milímetro cúbico de água.
As bactérias são, além disso, os nossos antepassados. No princípio, a vida na Terra limitava-se a estes pequenos organismos formados por uma única célula. Pouco a pouco, geraram-se grupos de células que atuavam juntas e que se foram especializando em diferentes funções, os chamados organismos multicelulares, até chegarem à grande diversidade biológica que conhecemos atualmente. As bactérias multiplicam-se por um processo chamado bipartição, durante o qual uma bactéria se divide em duas bactérias-filhas exatamente iguais.
As primeiras indicações de que existiam microrganismos mais pequenos do que as bactérias são do século XIX, quando cientistas holandeses se aperceberam que havia agentes misteriosos que podiam atravessar os filtros que retinham as bactérias e assim causar infeções. O primeiro vírus foi descrito em 1898 e, desde então, identificaram-se mais de 5.000 tipos diferentes – são apenas uma pequena parte de todos os que existem. Trata-se, na realidade, dos organismos mais abundantes neste planeta e que se encontram em todos os ecossistemas. Por exemplo, se colocássemos todos os vírus que existem nos oceanos, em fila, chegaríamos cem vezes mais além do limite da nossa galáxia.
Os vírus são as formas de vida mais pequenas, embora muitos discutam se realmente estão vivos ou não. A razão reside no facto de não serem capazes de funcionar sozinhos: precisam de invadir uma célula para se poderem multiplicar. De facto, os vírus são pouco mais do que um grupo de genes rodeados por uma cápsula, mais ou menos complexa, que lhe permite penetrar nas células dos animais, plantas e nas próprias bactérias. Ao contrário destas, não trazem qualquer benefício a quem infetam: são verdadeiros parasitas.
O terceiro grande grupo de microrganismos que causam problemas importantes de saúde é o de alguns tipos de fungos. Há um milhão e meio de espécies diferentes, das quais também não se conhecem muitas, apenas 5%. Foram identificadas 300 que são tóxicas para os seres humanos. São, em geral, organismos maiores e mais complexos do que as bactérias ou os vírus. Na sua maioria são formados por conjuntos de células, mas também há alguns que têm apenas uma. Muitos deles são microscópios, embora umas quantas espécies de fungos sejam facilmente identificáveis à vista desarmada, como os cogumelos que comemos ou os responsáveis pelo bolor na comida. Os fungos participam também nos processos de decomposição e fermentação e foram cruciais para a descoberta dos antibióticos.