As descobertas de Pasteur

Escrito por António Costa

São tantos e tão variados os contributos que Louis Pasteur deu à ciência que vale a pena expor alguns deles. Desta forma poder-se-á apreciar o rigor com o qual trabalhava este químico e biólogo francês.
Em 1847, Louis Pasteur estabeleceu que a cristalografia simétrica é própria dos minerais, enquanto as cristalografias assimétricas são desenvolvidas por materiais orgânicos. Isso constituiu o fundamento da teoria da dissimetria molecular, uma incompatibilidade fundamental que distingue os aminoácidos que constituem as proteínas dos seres vivos daqueles que constituem a matéria inerte.
Introduziu os termos aeróbica e anaeróbica para designar, no primeiro caso, a vida na presença de oxigénio, e no segundo, a vida sem oxigénio. Mediante a descoberta da vida anaeróbica foi-lhe possível explicar os mecanismos da gangrena.
Em 1855 estudou e conseguiu dominar a fermentação anaeróbica como chave da indústria do vinho. Anteriormente, tinha dedicado mais de 20 anos ao estudo de um grande número de processos fermentativos. Graças a este trabalho, conseguiu demonstrar que a fermentação é sempre acompanhada pelo desenvolvimento de diversos microrganismos e que cada tipo de fermentação definida pelos seus produtos orgânicos finais (láctica, alcoólica ou butírica) é acompanhada por um tipo particular de microrganismo. Além disso, determinou que era possível distinguir muitos deles, pois, se os observasse ao microscópio, cada um tinha uma forma e um tamanho característicos.
Isto permitiu-lhe desenvolver, posteriormente, a pasteurização por calor, um processo no qual se submete os líquidos a 55°C, uma temperatura letal para a maioria dos microrganismos deste tipo e que mantém, no entanto, as propriedades das bebidas. Estes mesmos fundamentos permitiram-lhe demonstrar que a geração espontânea não existe, mas os micróbios, esses sim, existem e, desta forma, rebateu definitivamente as teorias científicas aristotélicas.
Ao demonstrar que os micróbios são distintos entre si, também explicou que eles são nutridos por alimentos diferentes e, portanto, também respondem a diferentes bactericidas.
Completando os trabalhos do cientista britânico Edward Jenner, Pasteur descobriu que as formas atenuadas dos micróbios também podem ser úteis para gerar imunidade, o que lhe permitiu avançar no estudo das vacinas e na proteção contra a varíola.
Após se ter começado, em 1840, a utilizar anestesia nos procedimentos cirúrgicos, estes passaram a ser mais longos e também mais complexos. Um problema que teve de ser enfrentado então foi a grande quantidade de pacientes que não morriam na mesa de operações, mas sim posteriormente, devido a infeções severas.
Graças aos estudos realizados por Pasteur sobre microrganismos que vivem no ar e à importância de impor normas estritas de higiene nas instalações sanitárias, foi possível evitar não apenas as infeções, mas também o contágio de outras doenças.
Em 1864, Pasteur tinha-se dedicado ao estudo das doenças animais. Descobriu então os agentes causais da pebrina, uma doença que afetava os bichos-da-seda e que provocava graves prejuízos entre os produtores franceses. Também descobriu o processo patológico do gado, transmissível ao homem, contra o qual conseguiu obter imunidade através da inoculação de germes atenuados.
Em 1881 criou a vacina contra o carbúnculo do gado. Posteriormente, obteve uma vacina contra o vírus da raiva, que testou pela primeira vez com êxito em 1885.
Finalmente, fundou o Instituto Pasteur para doenças infeciosas. Este centro foi inaugurado em 1888 e atualmente é um importante centro mundial de investigação.

Sobre o autor

António Costa

Leave a Reply