Faltam apenas 20 dias para o Natal. Época de harmonia, solidariedade onde a palavra paz é proferida diariamente com a intenção de terminarem os conflitos que presentemente nos assolam, tendo em conta o poema de Ricardo Reis «uns com os olhos postos no passado vêem o que não vêem. Os mesmos olhos no futuro vêem o que não pode ver-se».
E 2025 vai chegar repleto de novidades, surpresas, curiosidades, com inúmeras informações em catadupa de todas as cachoeiras, fazendo mover pretensas vontades, afirmações de todos os quadrantes político-partidários.
Na primeira metade de 2025 vamos ficar a saber quem são, o que se propõem fazer na e da polis, pese embora o desfile na passerelle do boulevard indique já ambicionadas vaidades ensaiadas, tantas vezes, frente ao espelho, ou ainda outras bem requentadas em banho-maria mantidas em tachos velhos e sujos deixando antever o esturro de um déjà-vu onde a vulgaridade e o método se resumem ao chavão popular “burro velho não aprende línguas”.
Neste totoloto eleitoral é deveras interessante verificar a presença dos habituais paraquedistas, oriundos de outras paragens, que de sacola e mala aviada tentam saltar em barra extrativa ou mesmo em queda livre com o único intuito de acertarem no centro da metrópole, afirmando a sua vasta experiência quer seja no planalto, na planície, montanha, vale, serra ou mar, tendo apenas como única referência a teoria da galinha do vizinho.
2025 vai trazer outras novidades.
O Governo fraquinho e frágil como é vai manter-se, pois o quadro político nem ata nem desacata, o que faz com que as presidenciais ganhem forma e dimensão.
Entretanto ficámos a saber, pela boca dos líderes dos dois maiores partidos, que Marques Mendes e António José Seguro (ambos mortinhos para serem) terão a preferência, mas… no PSD há mais dois ou três nomes e, no PS, os “Costistas” tudo farão para que Seguro não seja candidato. Mais à esquerda poderão surgir nomes como Paulo Raimundo e Francisco Louçã.
Já o escarro que a democracia deixou parir, arredado de todos os processos, fica mais uma vez limitado ao líder ou então poderá apresentar um dos 49 bonecos, já referenciados por Anselmo, os tais que permanentemente abanam a cabeça, mas têm dentes de Huggy Wuggy. Para tanto basta ver a triste, torpe e ordinária figura, na sexta-feira passada, na casa da democracia e o espetáculo de todo um plenário a gastar tempo, a dar-lhes protagonismo, quando afinal tudo se deve resumir a uma simples frase de cariz popular “Vozes de burro não chegam ao céu”. Espanta-me, contudo, que a Assembleia da República tenha sido representada nas cerimónias do dia 1 de Dezembro pelo chegano Amorim…. O senhor presidente Aguiar Branco não tinha mais ninguém para enviar!!! C’os diabos.
No quadro constitucional português «são elegíveis os cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos». Assim, a novidade que, entretanto, deixou de ser, é que o atual chefe de Estado Maior da Armada, termina funções no final do ano, deverá apresentar a candidatura a PR no primeiro trimestre do próximo ano. É verdade que o senhor almirante granjeou respeito no Verão de 2017, aquando da tragédia de Pedrógão Grande e teve sucesso na vacinação contra o Covid 19, mas… muitas perguntas e dúvidas existem:
O que o move? Onde se posiciona? O que pensa da política? Dos políticos? Dos partidos, da justiça, da educação, da economia, da cultura? Do funcionamento do regime democrático? Vamos considerá-lo como um tiro no escuro ou apenas uma aposta na equidistância a todos os esquemas e cálculos partidários? E já agora, onde está a experiência política? Por acaso não foi o senhor almirante que disse «se algum dia entrar na política dêem-me uma corda para me enforcar», ou ainda mais esta outra «A democracia não precisa de militares».
A República Portuguesa fez no passado 5 de Outubro os seus 114 anos de vida. Dos vinte Presidentes da República, preparamo-nos para ter mais um homem na cadeira maior da nação, neste país da igualde constitucional, da paridade, e contrasta com a presidência dos novos países como a Moldávia, a Eslovénia, o Kosovo, a Macedónia, a Geórgia e isto sem esquecer a Islândia, Malta ou mesmo a Grécia.
O desejo de um óptimo Natal. Felizes festas.