Arrisca-te

Escrito por Diogo Cabrita

O risco de expor uma exceção,
Um excesso na linguagem comum.
Falo de uma barca a voar,
Falo de uma flor no meio do rio,
De um falo, fora da roupa interior.
O risco de disparar um dislate,
O perigo de dizer o que não devo.
A vergonha nasceria excêntrica.

Excentricidade pode ser o teu destino
Se te vestes de fronteiras,
Desenhas demências.
Arriscas-te onde ninguém se aventura
Descobrem agora todos os outros
Torturados da inveja e da ausência de glória.

A diferença tem a probabilidade
De ser mau gosto,
Tão enorme como ser genial.
Quando arriscas julgas sempre
Pelo melhor
Mas ás vezes é muito mal.

Arrisca-te, deforma a baliza
Remata com força
Acredita que depois
Nada será igual.

O risco tem dois gumes e um corta-te a mão
Outro abre-te o caminho,
Rasgo a fronteira! – Dizes.
Exposto, fico nu
Na sertã, ao lume brando
Dos comentários – Pensas.
Os que resistem e caiem em graça
Podem ser felizes – mas nem sempre!

Sobre o autor

Diogo Cabrita

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