Alforge rima com Ana Jorge

Escrito por Diogo Cabrita

“Temos de construir o futuro. Temos de despertar para entendimentos de regime que obriguem a acabar com o vai e vem do SEF, do aeroporto de Lisboa, etc. Para mim, o regime precisa de entendimentos urgentes e decisões que corrijam o caminho.”

As demissões na função pública estão previstas pela razão de que há lugares de gestão, de inerência política, que devem garantir a continuidade da ideia de quem está no poder. Deste modo, há um princípio geral que refere que se devem todos colocar os cargos à disposição quando chega nova liderança. Este é um princípio que os saloios e os vaidosos não gostam, mas na realidade é uma imanência de democracia. Para que as minhas ideias e convicções se cumpram preciso de quem não me passe rasteiras, de quem me apoie. O PSD tomou o poder e está a fazer uma rotatividade de lideranças importantes, distribuindo cargos aos seus (a quem os havia de dar?) e prometendo alterações de ritmo e de opção.
A questão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é um caso especial, pois envolve a particularidade de estarmos a falar de quem distribui muito dinheiro por quem necessita. Os milhões do jogo vão para o Estado e para a solidariedade social. O Estado fica logo com 50 por cento. Uma brutalidade que se for bem entregue pode ser excelente para todos. Não estamos a analisar a vertente das desgraças que associamos ao jogo, mas vamos manter a questão nas chefias. A Santa Casa tem uma equipa a mandar, que é escolhida pelo Governo. Porque não haveria de ser da cor do Governo em exercício? As acusações, de que se aguardam conclusões, são de gestão ruinosa sob proteção de Vieira da Silva e depois procrastinação de Ana Jorge. Não sei os fundamentos e desconheço a realidade, mas não vejo nada contra que se substitua quem estava em funções. O mesmo se deve fazer na Justiça e na Saúde. Temos de construir o futuro. Temos de despertar para entendimentos de regime que obriguem a acabar com o vai e vem do SEF, do aeroporto de Lisboa, etc. Para mim, o regime precisa de entendimentos urgentes e decisões que corrijam o caminho.

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Diogo Cabrita

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