O título que encabeça este texto é retirado do ex-libris de Aquilino Ribeiro. Mestre Aquilino (é assim que gosto de me referir a ele) foi um dos autores que mais me marcou com a sua escrita prenhe de expressões retiradas do linguajar popular e espelho fiel de um certo Portugal que parecia continuar a viver na Idade Média.
Vem todo este arrazoado, assim à guisa de introito, a propósito de duas situações que estão na ordem do dia.
Situação primeira
Continuamos a viver tempos conturbados em luta contra um inimigo que, por invisível, se torna ainda mais perigoso. Após as medidas que atenuaram as medidas de confinamento, assistimos a um recrudescer de novos casos. Tal parece advir de uma certa sensação de segurança e de que o pior já terá passado. Atente-se no que se registou durante o passado fim-de-semana: praias cheias sem que se cumprissem as regras de distanciamento social aconselhadas; gente e mais gente a insistir em ir para praias que tinham já atingido o limite. É, pois, urgente combater esta falsa sensação de segurança e que cada um de nós saiba cumprir os seus deveres cívicos cumprindo, por muito que custe (e custa…) as determinações das autoridades. Até porque, voltando ao Mestre Aquilino, «Alcança quem não cansa». E nós, nestes tempos não podemos ter tempo para nos cansarmos…
Situação segunda
Ao longo destes últimos meses, escolas fechadas, alunos em casa, aulas à distância, professores assoberbados de tarefas e mais tarefas, pais desesperados quase a conseguirem o dom da ubiquidade (emprego e acompanhamento dos filhos). Este bem poderia ser o “sumário” destes últimos quatro meses…
Com maior ou menor dificuldade as coisas chegaram a bom termo. Acabou o ano para a maior parte dos alunos. Alcançaram porque não se cansaram (lá está o Mestre outra vez…). Vivam as férias!!! Para alguns, todavia, chegou a hora e continuar a queimar as pestanas. É que esta semana começou a época de exames que poderão ajudar a definir o futuro de milhares de jovens de norte a sul deste nosso cantinho.
É para estes, sobretudo para estes, que fica um conselho que é, simultaneamente, um voto: não desistam, teimem, sejam resilientes.
E, nos momentos de maior dificuldade e de algum desassossego, inspirem-se em Mestre Aquilino e lembrem-se que «alcança quem não cansa».