A metamorfose política

Escrito por Diogo Cabrita

“As propriedades alimentares interferem em inúmeras funções do organismo e há uma opção política funesta do tratamento sobre a prevenção”

Os sistemas de informação são como o dinheiro: frios, insensíveis, duros, cruéis, sem alma, sem família. Claro que os sistemas de informação dependem do que se lá escreve e por essa razão deviam ser pessoas frias e sem qualquer limitação a colocar os dados sem correções e sem tibiezas. A Pordata é para isso mesmo.
https://www.pordata.pt/Portugal/%c3%93bitos+de+residentes+em+Portugal+por+algumas+causas+de+morte-156 e diz-nos que em 2020, em Portugal, morreram de problemas cardiovasculares 34.492 pessoas. Morreram ainda de neoplasias (cancros) 28.323. Não estamos aqui para discutir esse outro tema, mas do tal vírus morreram 7 mil pessoas entre as “com e de”, porque muitas teriam de engrossar as duas listas anteriores não fosse o SICO (mecanismos de preencher os certificados de óbito de modo digital) ter sido adulterado em favor do vírus – uma coisa assim ao jeito da “corrupção” futebolística. Vejamos que 11.233 pessoas morreram de doença pulmonar, não atribuível a oncologia nem a vírus – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e outras doenças que incapacitam a função pulmonar.
A informação registada com rigor serve para isto mesmo: avaliar as causas, os fracassos, os sucessos e sobretudo medir resultados. Com este rigor podemos melhorar as soluções e explicar os caminhos sem sentido.
A obesidade (Índice de Massa corporal superior a 30) está a subir em Portugal a níveis nunca imaginados, e sobretudo em crianças. A obesidade está associada a obstipação, dor articular, doença do sono (mal dormir, roncopatia), diabetes e por fim doença hipertensiva (a origem do AVC e do enfarte). A obesidade não tem graça nenhuma e deve ser corrigida. E construída uma força nacional de prevenção do seu malefício. A obesidade está associada sobretudo ao excesso de componentes açucarados (hidratos de carbono que comemos no arroz, massa, pão, batata, refrigerantes, pastelaria, etc) e os malefícios da alimentação estão associados ao excesso de carne e alimentos derivados dos animais. Os melhores alimentos que podemos ingerir, que são a fruta (as que se alteram menos ao descascar são as melhores), os legumes, os produtos vegetais em geral, a batata-doce, as favas, o feijão, as sementes, a curcuma, a levedura, estão numa percentagem demasiado baixa na vida dos portugueses.
As propriedades alimentares interferem em inúmeras funções do organismo e há uma opção política funesta do tratamento sobre a prevenção. A cultura em prol da saúde tem de ser pela positiva e não pelo medo e pela violência. O que temos de educar nas escolas é a alimentação, a postura física, os comportamentos de vida saudável e abdicar das agendas políticas e do trabalho pelo processo revolucionário em curso com vista ao cidadão anódino, medicamentado, cumpridor de regulamentos e normas, seguidor de impactantes agendas, mas substancialmente obeso e com máquina para o ajudar a dormir depois de muito e mal comer.
Os temas favoritos são a banalização do aborto (a prevenção é que deve ser a política), a eutanásia (o envelhecimento saudável é que deve ser a alternativa), o ambientalismo radical (a defesa de uma alimentação com mais plantas e menos carne e peixe é que é o caminho), a política de género nas escolas a baralhar crianças e a desconstruir as prioridades, o excesso de entretenimento para docilizar as gerações que assim vão dependendo dum Estado que “trata”, que “protege” mas evita prevenir, reduzir, corrigir os erros, porque esta é a estratégia do negócio! Infelizmente a esquerda, onde nasci para a política, amoleceu nesta caminhada obesa e doente.

Sobre o autor

Diogo Cabrita

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