Depois da visita do ex-ministro da Saúde todos os arautos dizem de sua justiça.
No entanto, fico preocupado pela aceitação tácita da municipalização da saúde e, mais grave, que o edil da Guarda venha com a solução de um Centro Hospitalar da Beira Interior, ele lá sabe dos compromissos ocultos da agenda do interesses entre PS e PSD não apenas na dita descentralização de competências para os municípios, bem como na matriz da municipalização das funções sociais do Estado, esta plasmada em legislação do governo do PSD/CDS e que o governo minoritário do PS não mexeu uma vírgula. O ainda ministro da Saúde, com o seu discurso redondo, não apresentou qualquer solução palpável para os problemas do SNS no distrito da Guarda, estes decorrentes principalmente das graves carências de recursos humanos, sem os quais não há diferenciação e sobretudo respostas necessárias básicas às populações em cuidados de saúde. Quanto à investigação e interligação entre os polos públicos de ensino e saúde em toda a região que integra o Centro Académico da Beiras estamos conversados.
Entretanto somos “surpreendidos” com a remodelação do Governo, onde se incluiu o ministro da Saúde, esta por sinal no auge da entrega do documento político do Orçamento de Estado para 2019. O que verdadeiramente importa é que a política do Governo responda aos problemas que estão colocados ao país e sobretudo ao interior. Resposta que continua, por opção do Governo e dos seus compromissos com o grande capital, com as orientações da União Europeia e do euro, a ser adiada em áreas decisivas de que são exemplo os direitos dos trabalhadores e legislação laboral, a afirmação do desenvolvimento soberano e uma efetiva valorização dos serviços públicos, nomeadamente a sua manutenção nas áreas territoriais mais deprimidas.
Na luta dos profissionais de saúde realço a posição dos enfermeiros pela valorização económica e social da sua carreira e na defesa do Serviço Nacional de Saúde. Infelizmente os problemas elencados nas diversas missivas enviadas e entregues aos responsáveis políticos da pasta da Saúde e aos deputados não encontraram o devido eco na resolução para satisfação das necessidades das populações em cuidados de enfermagem.
O caminho implica compromissos claros e não apenas de circunstância verbal, esta foi aliás a preocupação dos quadros das organizações do PS no distrito da Guarda, o que descredibiliza a sua ação perante compromissos com a Esquerda na defesa do SNS e demais funções sociais do Estado.
* Militante do PCP