21 anos de evolução

Escrito por Carlos Condesso

“Igualmente de enaltecer é o progresso e a adaptação aos outros formatos, provando que tem vindo a acompanhar a evolução das realidades comunicacionais.”

O INTERIOR alcançou os 21 anos duma existência que tem acompanhado a evolução da região, que tem partilhado a opinião de muitos dos que, ao longo deste período, têm registado através da palavra escrita o seu pensamento, e também uma existência em que a notícia tem sido produzida, registando as principais mudanças sentidas e vividas neste território do interior, e desde aqui se tem construído um mundo de notícias.

Ainda que se vivam tempos em que o formato digital se revela como a tendência da produção noticiosa, não deixa de ser gratificante constatar o capital de resiliência de se manter o formato em papel. Igualmente de enaltecer é o progresso e a adaptação aos outros formatos, provando que tem vindo a acompanhar a evolução das realidades comunicacionais.

Vivemos hoje tempos difíceis e completamente desafiantes no que diz respeito ao apoio financeiro à comunicação social local. Porém, não deixa de ser evidente que uma Beira Interior dinâmica não se pode dissociar do apoio aos órgãos de comunicação social, do ponto de vista da responsabilidade dos órgãos do Governo e da responsabilidade de cada um dos que assim a ambicionam.

O INTERIOR, é certo, tem vindo a conquistar o seu espaço e criar marca própria na região. Por tudo isto, felicito o seu diretor pela audácia e perseverança em manter viva esta marca e, claro, felicito toda a equipa, pelo trabalho desempenhado. Espero que continuem a manter viva esta história, promovendo a partilha de informação, a produção crítica e a opinião pública. E que não deixem de revigorar com a necessária clarividência, isenção e credibilidade a informação da região, e desde aqui para o mundo. Creio que o desafio superado até agora ditará o êxito de muitos mais anos de produção livre, o que ajudará a manter informada a nossa população. É indiscutível a importância deste papel que assume a imprensa local de manter informada a população, de abrir caminhos para a liberdade de pensamento e para a aquisição de novo conhecimento.

Quanto à região, também é certo que tantas foram as mudanças estruturais sentidas nesta nossa Beira Interior. Se estamos hoje melhor do que há 21 anos!? Acredito convictamente que sim, de uma forma generalizada. A globalização tem proporcionado a modernização do espaço físico, das relações interpessoais e do espaço virtual. Ainda assim, não deixamos de viver, de trabalhar, de comunicar e de coabitar num território onde, até aos dias de hoje, não tem havido a capacidade e a coragem dos nossos governantes em combater as desigualdades territoriais e a ausência de coesão territorial, devolvendo a merecida justiça à população aqui residente, de modo a contrariar a tendência de um país a duas velocidades. Quanto a isso, essa estagnação tem lesado, e muito, o nosso território. Para o futuro, ou temos a capacidade de transformar estes obstáculos em verdadeiras oportunidades, ou, sem agoiros, não podemos esperar melhor.

Também não deixa de ser certo que a Beira Interior dos dias de hoje, e que evoluiu nestes 21 anos, deve grande parte dessa evolução ao trabalho e à dedicação do poder local, das autarquias, que têm procurado afirmar este território e o seu potencial. Hoje temos uma região com um atrativo turístico ímpar, também fruto de muitas iniciativas privadas; com um nível de qualidade de vida reconhecido pela tranquilidade; com um conjunto de políticos, empresários e associações cuja resiliência tem sido o alicerce do seu desenvolvimento.

Por tudo isto, que os próximos 21 anos fiquem registados na palavra escrita d’O INTERIOR com o mesmo estímulo e trabalho que ditou este ciclo e oxalá registem uma mudança evolutiva da região, para à qual estamos convocados neste presente e em prol desse futuro melhor.

* Presidente da Comissão Política Distrital do PSD da Guarda       

Sobre o autor

Carlos Condesso

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