Pinhel inaugura esta quinta-feira (16 horas) a Biblioteca Municipal Luís Augusto das Neves, que resulta da reabilitação do edifício conhecido como a Casa dos Bandarra, junto à Porta de Santiago – uma das seis portas da muralha de Pinhel.
O projeto de requalificação do espaço, adquirido pela autarca para esta finalidade, respeitou todas as características originais, sendo constituído por dois edifícios distintos e de décadas diferentes. O mais pequeno é o mais antigo e nele sobressai uma escadaria em pedra, os arcos e as colunas. É neste imóvel que ficam a zona administrativa e técnica, com escritórios, sala de etiquetagem e organização de livros, arquivo e sala de conferências para apresentação e lançamento de publicações. Mais recente, o segundo edifício acolhe a biblioteca propriamente dita, com receção, zona de publicações periódicas e zona infantil no piso térreo.
No primeiro andar há zonas de estudo, de trabalho, pesquisa e de leitura, com um núcleo central onde predomina a luz natural. Segundo a memória descritiva do projeto, elaborado por Joana Correia Saraiva, arquiteta da autarquia, este espaço é «o elemento arquitetónico mais importante» de toda a intervenção e remete para «as sete entradas de luz zenital que o edifício possuía originalmente» e que são agora evocadas numa entrada de luz em forma de pirâmide que proporciona iluminação natural a todo o edifício. Há também a “zona do conto”, proporcionada pelo rebaixamento do pavimento, que deu origem a um pequeno anfiteatro com palco onde serão contadas histórias.
A Biblioteca Municipal de Pinhel, que está integrada na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, tem funcionado desde 1999 no piso superior do edifício do mercado municipal e, em 2022, cumpre 85 anos da sua criação, atribuída a Luís Augusto das Neves (1891-1963), antigo bibliotecário que vai ser homenageado com a atribuição do seu nome ao novo espaço. Segundo disse Rui Ventura, presidente do município na última reunião de Câmara, realizada na semana passada, Luís Augusto das Neves esteve m funções durante 25 anos, tendo-lhe sucedido a sobrinha, Maria Luísa das Neves Costa Gomes, mais conhecida por D. Luisinha, que assumiu o lugar durante 36 anos, antes de Beatriz Fraga, atual bibliotecária. «A instalação da Biblioteca Municipal num edifício condigno era já uma aspiração antiga porque estar no piso superior do mercado municipal não era de facto a localização ideal, nem em termos de acessibilidades, nem em termos de instalações», acrescenta o autarca a O INTERIOR.