Ser distinguido publicamente constitui sempre um momento especial para qualquer individuo ou empresa, sobretudo quando este reconhecimento é o resultado de critérios objetivos, como é o caso do ranking das maiores empresas do distrito da Guarda.
Ser empresário no interior do país não deixa de ser um ato de bravura e resiliência face aos diferentes constrangimentos e condicionalismos que assolam a nossa região.
Como é sabido, o tecido empresarial da região é essencialmente composto por micro e pequenas empresas, na sua grande maioria dependente do mercado local e regional, cujo grau de inovação ainda se encontra aquém do desejado.
A escassez de recursos e o contínuo despovoamento, associados aos excessivos custos de contexto, são fatores que têm impedido, em muitos casos, uma maior competitividade das empresas aqui instaladas.
Paralelamente, a nossa região não tem sabido captar em número suficiente novos investimentos que permitam reverter o esvaziar constante de pessoas e fixar recursos humanos qualificados. O investimento de algumas empresas ligadas ao setor automóvel (presentes nos primeiros lugares deste ranking), o aparecimento de novas empresas ligadas ao setor do turismo e dos produtos endógenos, são bons exemplos das potencialidades deste território, embora escassos e insuficientes, face a necessidades.
Apesar da nossa condição de interioridade e periferia face aos centros de decisão, nos últimos tempos temos verificado por parte do Estado uma maior preocupação e vontade acrescida em implementar políticas que permitem contrariar este “status quo”.
Embora ainda aquém, a aprovação destas medidas e a sua “correta” aplicação poderá ser mais um contributo para a revitalização deste território e um pequeno passo para tornar esta região apetecível, quer para a população quer para as empresas.
Neste particular, importa igualmente salientar o papel do poder local e o seu contributo para existência de uma maior cooperação entre todas as entidades locais (empresas, instituições do sistema científico e tecnológico, associações empresariais, entre outras entidades locais), sem o qual não será possível alcançar o sucesso que todos desejamos.
* Presidente da direção do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda
[…] Sendo assim, estamos vendo um maior movimento de empresas migrando para o interior devido aos benefícios fiscais…. […]