Economia

Operação “Trapos” levou PJ a Gouveia por causa de fraude fiscal na indústria têxtil

Escrito por Luís Martins

A operação “Trapos”, desencadeada pela Polícia Judiciária e a Autoridade Tributária e Aduaneira por alegadas fraudes fiscais e na obtenção de subsídio no setor da indústria têxtil, envolveu buscas no concelho de Gouveia.

Segundo um comunicado da Diretoria do Norte, a investigação envolve empresas, empresários e contabilistas certificados, sobretudo daquela zona do país, todos suspeitos da prática dos crimes crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada, fraude na obtenção de subsídio, branqueamento e falsidade informática.

A operação resultou 32 buscas domiciliárias e não domiciliárias, realizadas nos concelhos do Porto, Penafiel, Maia, Matosinhos, Viseu, Guimarães, Marco de Canaveses, Ponte de Lima, Trofa, Gouveia e Ponte de Lima, tendo sido detidos sete indivíduos, entre os quais quatro empresários da indústria têxtil e três contabilistas certificados, «fortemente indiciados pelos referidos crimes».

Foi também detido outro empresário pelo crime de detenção de arma proibida. Em causa estará um alegado «esquema alicerçado na existência de faturação falsa entre empresas dominadas pela organização, defraudando o Estado, mediante a diminuição do lucro tributável e a dedução indevida do IVA», refere a PJ. Está igualmente indiciada a prática de candidatura e obtenção fraudulenta de subsídios, bem como a utilização desses proventos em benefício das empresas e, igualmente, na aquisição de bens, móveis e imóveis.

«Na sua globalidade, estima-se uma vantagem patrimonial ilegítima superior a 7,5 milhões de euros», estima a Judiciária. A operação mobilizou 80 investigadores e peritos financeiros e informáticos da Diretoria do Norte, com a participação da Diretoria do Centro e do Departamento de Investigação Criminal da Guarda, bem como 37 elementos da Autoridade Tributária, tendo sido apreendido dinheiro, material informático e documentação diversa.

Presentes a tribunal, os detidos saíram em liberdade mas estão proibidos de contactarem entre si e ficaram sujeitos a apresentações periódicas, bem como ao pagamento de cauções. Por sua vez, os contabilistas ficaram proibidos do exercício de profissão. O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Paredes determinou ainda o arresto de nove imóveis.

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Luís Martins

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