A greve nas Minas da Panasqueira, que começou no dia 14 e ia prolongar-se até 28 de abril, foi desconvocada ao final da tarde desta quinta-feira depois dos trabalhadores terem aceite a proposta de aumentos salariais da empresa.
Nessa manhã, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira tinha entregue um terceiro pré-aviso de greve e o administrador da Beralt Tin And Wolfram Portugal ameaçou desencadear na segunda-feira os processos legais necessários para avançar para o “lay-off”, caso a paralisação não fosse desconvocada até essa data.
Inicialmente, os trabalhadores reivindicaram um aumento salarial de 13 por cento e após negociação com a Beralt anunciaram aceitar 8 por cento, o que correspondia a cerca de cem euros. Ontem, o sindicato acabou por anunciar que tinha sido aceite a proposta da empresa, que representa um acréscimo nos salários de 6 por cento e de mais um euro por dia no subsídio de alimentação.
Citado pela agência Lusa, o dirigente sindical Cláudio Faustino disse não estar satisfeito com o desfecho, por considerar que a empresa tinha «margem para mais» e para «satisfazer as reivindicações dos trabalhadores», mas justificou o acordo com «o cansaço de algum pessoal depois de dez dias de greve».
«Entrámos numa situação que não conseguimos aguentar isto. Deixamos de cumprir os nossos contratos, não temos vendas, não temos dinheiro», declarou, por sua vez, o administrador da Beralt Tin, Corrêa de Sá. As Minas da Panasqueira, com 257 funcionários, estão localizadas no sul do concelho da Covilhã.