Amparo seria uma personagem de um conto se nao fosse real e tivesse uma história. Amparo é o desejo de proteger alguém e de o ver melhorar a sua vida. Seria fascinante ser o amparo da Amparo, ou outra qualquer que fosse gente, e as pessoas que gosto e amparo sao-no na totalidade. Assim de tanto amparar alguém, percebi que me devia amparar a mim próprio. Percebi como os outros não me necessitavam, mais do que desejava eu ampará-los e desse modo pensei em me defender das agruras de certas ocasiões. Há momentos em que queremos ser felizes longe de um trabalho intenso, sem tempos livres, sem lugares de cultivar a mente, sem espaço de preencher o eu curioso que existe dentro de nós. E para amparar-me falta o quê? Falta a coragem de deixar, a coragem de sair, a força de ser capaz de largar e ver o balão subir. Assim deixei as pessoas Amparo que me prendiam e fui de fugida a outras terras e outros mares. Não foi um naufrágio nem a perda das pessoas queridas, foi um eu que se desamarrou. Havia liberdade e lástima, havia perda e ganho e sobretudo havia tempo livre que podia desenhar ou preencher de um novo modo. Foi esse o destino que me fiz agora e para já. Parto para Lugo na Galiza com a alma aberta e o destino desamparado.
Por: Diogo Cabrita