Desporto

Estudo do IPG analisa efeito da idade relativa nas seleções nacionais de futebol

Escrito por Jornal O Interior

A escolha de futebolistas para as seleções jovens portuguesas está «fortemente» influenciada pelo mês do seu nascimento, de acordo com um estudo realizado por estudantes da licenciatura em Desporto do Instituto Politécnico da Guarda (IPG).
Os resultados desta investigação, que serão apresentados no congresso CIDESD2019, que decorre na Maia na sexta e sábado, indicam uma «forte tendência» para os futebolistas nascidos no primeiro semestre do ano dominarem as convocatórias para as seleções, especialmente entre os 15 e 19 anos. «Por exemplo, na seleção de sub-16 verifica-se que 88 por cento dos atletas selecionados para os torneios oficiais realizados em 2018 nasceram num dos meses correspondentes ao primeiro semestre do ano», adianta o IPG numa nota à imprensa. No mesmo documento, Pedro Esteves, coordenador do projeto, aponta como explicação para esta situação «a vantagem temporal associada a um maior desenvolvimento antropométrico (altura, peso), físico (força, velocidade), entre outros», desses atletas.
Contudo, o docente acrescenta que estes jogadores podem estar «a ser erroneamente identificados pelos treinadores como mais talentosos quando, na verdade, esta vantagem tende a ser temporária». Por outro lado, se forem «consistentemente selecionados», estes futebolistas terão acesso «a mais e melhores contextos de prática (condições de treino, qualidade dos treinadores, experiências competitivas) que reforçam a sua vantagem face aos atletas com desenvolvimento mais “atrasado”», que terão dificuldades para se impor. Nesse sentido, Pedro Esteves considera que será importante colocar na agenda mediática «o tópico da idade relativa» para que clubes e seleções possam potenciar a identificação de talento no desporto. Para Joaquim Brigas, presidente do IPG, este estudo «é mais uma prova, objetiva, da investigação que é feita no Politécnico da Guarda».

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