Continua a troca de argumentos entre dirigentes da AF Guarda

A Associação de Futebol da Guarda (AFG) continua a aguardar decisões sobre dois dossiers que já deveriam estar resolvidos, à semelhança do que se verificou nas restantes associações regionais do país. Um dos processos tem a ver com a marcação de eleições para os órgãos sociais da AFG na sequência da polémica escolha da comissão eleitoral, no caso, existem duas comissões eleitorais distintas. Outro processo tem a ver com a eleição do representante da AFG na próxima Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Neste caso, há também duas listas eleitas em dois atos eleitorais distintos. Um deles agendado pelos vice-presidentes da associação e outro pelo próprio presidente da AFG. Este diferendo entre as duas partes tem provocado troca de argumentos e publicação de comunicados. Os mais recentes foram divulgados nos dias 11 e 12 deste mês.
Primeiro, os vice-presidentes adiantaram que em reunião de direção realizada no dia 10 «foi deliberado por maioria de quatro votos a favor e dois contra a ratificação do ato eleitoral realizado a 4 de Setembro de 2024», sublinhando também que «considerando que, à direção da AFG compete praticar todos os atos de governo e administração, bem como nomear os delegados e, considerando ainda que no passado dia 27 de agosto a direção da AFG deliberou por maioria nomear a comissão eleitoral» composta Paulo Menano, José Américo e Fernando Costa «com vista à realização do ato eleitoral do delegado» para a Assembleia Geral da FPF «propõe-se ratificar o processo de candidatura elaborado e divulgado em 30 de agosto de 2024 pela comissão eleitoral eleita por votação secreta na reunião de Direção da AFG em 27 de agosto de 2024, única comissão eleitoral legítima e legalmente eleita». Os vice-presidentes propuseram ainda «aprovar e ratificar o resultado da eleição daí resultante na votação realizada a 4 de setembro», em que foi eleito como efetivo Luis Miguel Nunes Batista e suplente Leonardo Gabriel Sequeira.
Na mesma publicação, é referido ainda «não reconhecer o comunicado da suposta comissão eleitoral unilateralmente designada pelo presidente da direção, bem como o comunicado da eleição do “pseudo-delegado” desta comissão eleitoral».
A terminar, os vice-presidentes sublinham ainda «não reconhecer o despacho do Sr. presidente da direção, onde considera nula a eleição secreta da comissão eleitoral na reunião de direção de27 de agosto», bem como «não reconhecer os argumentos do Sr. presidente da direção que serviram de base a esse mesmo despacho».
No dia a seguir a esta publicação, o presidente da direção da AFG, veio responder que «fomos confrontados mais uma vez, com um comunicado assinado por quatro vice-presidentes, com alegações falsas, destituídas de sentido, que não correspondem à verdade, e que servem para criar mais instabilidade na associação, com vista à tomada de poder destes quatro senhores».
A nota assinada por Amadeu Poço refere ainda que «o comunicado, tem primeiramente por base, um parecer jurídico, que foi encomendado e que não faz referência à questão principal», salientando que «a votação da comissão eleitoral em que os três vice-presidentes da AFG se auto elegeram, foi ilegal».
O presidente da Associação acusa também que «de forma habilidosa esse parecer, não fundamenta, e não refere qual a norma dos estatutos, que atribui competência à direção, para nomear a comissão eleitoral. Não refere, simplesmente porque não existe», explica.
Amadeu Poço argumenta ainda que «o delegado eleito, por essa comissão eleitoral, merece uma referência, porque o requisito, para ser delegado nos estatutos da FPF, era ter sido anteriormente jogador de futebol, mas esse senhor, nunca foi jogador e só foi inscrito como jogador de futebol, no dia 2 de setembro de 2024»
A terminar a publicação, o presidente da direção da AFG sublinha também que «a nomeação da comissão eleitoral pelo presidente da direção, foi o modo de atuação em grande parte das associações distritais» e que «curiosamente só existiram reclamações aqui na Guarda». Amadeu poço conclui, afirmando que «os delegados eleitos e válidos são Artur César Ferreira Beselga Lobão (efetivo) e Hugo Miguel Figueiredo Neves (suplente).
Recorde-se que os vice-presidentes recorreram da nomeação da comissão eleitoral, nomeada por Amadeu Poço, que também enviou uma exposição para o presidente da mesa da Assembleia Geral da FPF.
Aguarda-se, portanto, uma decisão sobre toda esta problemática.
Entretanto, para as 17h30 desta quarta-feira, estão agendados os sorteios das competições distritais de futebol sénior para a época desportiva 2024/25, na sede da AFG.