Cultura

SIAC é «contributo importante» para candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura

Escrito por Luís Martins

Quarta edição do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea abriu no domingo com exposição conjunta de Pedro Cabrita Reis, José Pedro Croft, Rui Chafes e Zulmiro de Carvalho no Museu da Guarda

A poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen e música clássica por alunas do Conservatório de Música S. José da Guarda abriu, no domingo, o 4º Simpósio Internacional de Arte Contemporânea (SIAC) no Museu da Guarda.
A atividade organizada pela autarquia arrancou com a exposição “Terra Legada. Paisagens Herdadas”, sob a égide do centenário do nascimento da poetisa, que junta obras de Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, José Pedro Croft e Zulmiro de Carvalho. Os quatro artistas contemporâneos portugueses apresentam a sua perspetiva sobre a transformação da paisagem e o renascimento da natureza após o flagelo dos incêndios de 2017, o mote deste SIAC. No domingo foi também inaugurada a Sala Santa Rita Pintor. Este núcleo expositivo doado em depósito pela família do colecionador Américo Francisco Marques ao museu guardense é inteiramente dedicado ao fundador do movimento futurista em Portugal no início do século passado. Fica junto à Sala Novo Banco e acolhe três desenhos inéditos de Santa Rita Pintor (1889-1918) expostos no 3º Salão de Outono, no final do ano passado. Patente está ainda o primeiro desenho que este mítico e enigmático pintor criou aos 14 anos.
Na sessão de abertura, o presidente da Câmara da Guarda sublinhou que o SIAC é «um pilar fundamental do desenvolvimento cultural e artístico da Guarda» e um «contributo importante» para reforçar a candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura em 2027. «Este é o caminho que devemos traçar e que tem sido feito porque sabemos da importância das dinâmicas culturais no desenvolvimento económico dos territórios e das cidades», reforçou Carlos Chaves Monteiro, que disse não ter dúvidas que a exposição “Terra Legada. Paisagens Herdadas” vai ultrapassar os 20 mil visitantes registados na mostra de Paula Rego na edição de 2018. Por sua vez, Suzana Menezes, diretora regional de Cultura do Centro, elogiou a aposta da cidade na oferta «cultura e arte contemporânea de qualidade nos espaços formais e informais da cidade». Já Martim Sousa Tavares, neto de Sophia de Mello Breyner Andresen, classificou de «muito original» a aposta na «faceta telúrica» da poetisa. «Não será coincidência que a Guarda, sendo a cidade mais alta e a que está mais longe do mar, se tenha associado a esta Sophia da terra. Tiro o chapéu a esta ideia porque no âmbito do centenário de Sophia o que se está a fazer aqui é muito original», declarou o jovem maestro. Este domingo foi também inaugurada a exposição de fotografia de Laureen Maganete.

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Luís Martins

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