José Mário Branco foi uma das figuras mais importantes na luta pela liberdade em Portugal. Mais conhecido pela sua música de intervenção, o seu primeiro álbum “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades”, de 1971, foi desenvolvido quando ainda estaria exilado em França, tornando-se um importante símbolo de oposição política.
Regressa a Portugal em 1974 e continua fiel ao seu papel de ativista e revolucionário. Funda o Grupo de Acção Cultural – Vozes na Luta (GAC) juntamente com outros músicos e levam as suas canções pelo país. Torna-se um dos principais nomes da música portuguesa, produzindo junto de grandes músicos de intervenção como Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Carlos do Carmo, entre outros, estendendo também o seu talento ao teatro, ao fado e ao jazz.
Uma das suas canções mais conhecidas “FMI” mantém nos dias de hoje a mesma pertinência que em 1982, quando nos foi presenteada. É uma canção, poema, manifesto imortal, que traduz a angústia que sentia naquele momento a viver em Portugal no pós-25 de Abril.
A música servia-lhe como arma e forma de demonstrar as suas convicções e promover mudanças relativamente ao Estado Novo, desigualdades sociais e dificuldades da sua geração. Apesar de já não estar presente, José Mário Branco deixa uma extensa herança musical que devemos sempre recordar.
Joana Rebelo