Cultura

Museu do Côa acolhe última exposição de João Cutileiro

Cutileiro
Escrito por Carina Fernandes

Mestre da escultura e antigo presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, ambos falecidos em janeiro, foram homenageados pela ministra da Cultura

O Museu do Côa inaugurou no domingo a exposição “Gravuras Rupestres e Outros Riscos”, produzida especialmente pelo escultor João Cutileiro para o espaço cultural de Vila Nova de Foz Côa.

O momento foi realçado pela ministra da Cultura, segundo a qual «demorou 25 anos uma exposição de João Cutileiro chegar ao território do Côa, porque é o lugar certo para termos uma exposição do mestre», sublinhou Graça Fonseca. A abertura desta mostra, a primeira desde a morte do artista, em janeiro passado, foi também a ocasião para homenagear, a título póstumo, o escultor e o antigo presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, falecido a 30 de janeiro. «Esta exposição foi pensada em vida por ambos. Trata-se de um momento especial e convido a uma visita a esta mostra porque vale muito a pena», acrescentou a governante.

Levar ao Côa as suas gravuras sobre pedra foi «uma ideia entusiasmante» para João Cutileiro, que tinha um particular fascínio pela produção artística do Vale do Côa. «Admirava a modernidade, a força e a energia telúrica dos artistas do Côa e a forma como, intencionalmente, riscaram a vida nas pedras», lembrou a curadora da exposição, Ana Cistina Pais. Por sua vez, a presidente da Fundação Côa Parque, Aida Carvalho, afirmou que «o mestre renovou a escultura em Portugal, marcada pela voluptuosidade dos corpos rasgados em pedra, mobilizando uma nova geração de escultores a implementar um novo pensamento, incorporando as noções do volume, do corpo e do espaço público».

Nas galerias e átrio do Museu do Côa estão expostas 64 peças de um trabalho marcado pela forte presença da imagem feminina e o “Cavalo Inacabado”, uma peça de uma coleção particular que pesa mais de três toneladas. “Gravuras Recentes e Outros Riscos”, patente até 26 de setembro, é o último projeto do escultor e, formalmente, o primeiro inteiramente desenvolvido pelo Centro de Arte João Cutileiro, entidade criada para promover a salvaguarda e divulgação do legado do artista, na região de Évora. A exposição tinha sido proposta por Bruno Navarro e pela Fundação Côa Parque, em articulação com a Direção Regional de Cultura do Alentejo, para ser inaugurada em novembro passado. A iniciativa é, por isso, também uma homenagem ao escultor e ao historiador.

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Carina Fernandes

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