A Associação de Jogos Tradicionais da Guarda (AJTG) e a Associação Cultural La Tanguilla, de Aranda de Duero, em Espanha, apresentaram na segunda-feira o livro “Mulher e desporto tradicional”, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL).
Da autoria de Carlos de La Villa e Norberto Gonçalves, o lançamento da obra esteve previsto para o Dia da Mulher, mas só aconteceu esta semana, um dia depois da data comemorativa dos 145 anos do nascimento de Carolina Beatriz Ângelo, natural da Guarda e primeira mulher a votar em Portugal. O livro “Mulher e desporto tradicional” recorda os jogos nos quais as mulheres participavam. Elsa Fernandes, presidente da AJTG, afirmou que «este livro serviu de base para uma reflexão maior. A partir da ideia que os jogos tradicionais eram maioritariamente de prática masculina, quisemos reconhecer que as tradições não são estáticas e evoluem com o tempo».
Há mais de 43 anos que a associação guardense tem «a missão de promover a cultura lúdica tradicional» e, segundo a sua presidente, há a «convicção de que as tradições desempenham um papel fundamental na sociedade. Permitem-nos entender de onde viemos e dão-nos um senso de continuidade e conexão com os antepassados». Nesse sentido, a publicação não pretende «alterar a tradição», mas antes abordar a «evolução» porque «continuamos a promover cultura lúdica, património, identidade cultural e continuamos a jogar à tradição». Hoje, a menina «joga ao elástico, ao anel, à corda, ao sapo, ao burro, à raiola, à malha… porque hoje a menina joga o que ela quiser», acrescentou Elsa Fernandes.
Na ocasião foi também inaugurada a exposição “A menina joga?”, constituída por fotografias de mulheres em jogos tradicionais e patente na BMEL. Na sessão foi homenageado e recordado Norberto Gonçalves, antigo presidente da Associação de Jogos Tradicionais da Guarda e coautor do livro, que faleceu em outubro de 2021.