O projeto “Fertile Futures”, apresentado pela curadora Andreia Garcia, do gabinete Architectural Affairs e docente da Universidade da Beira Interior (UBI), vai representar Portugal na próxima edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, que decorrerá entre 20 de maio e 26 de novembro sob o tema “O Laboratório do Futuro”. A curadora-geral é a arquiteta e escritora escocesa-ganesa Lesley Lokko.
Selecionado no âmbito de um concurso limitado promovido pela Direção-Geral das Artes, “Fertile Futures” defenderá «a pertinência do contributo da Arquitetura no redesenho do futuro descarbonizado, descolonizado e colaborativo, respondendo diretamente à convocatória de Lesley Lokko, partindo de uma aprendizagem que convoca o contexto africano, como outros que há muito testemunham condições climáticas extremas», justifica a DGArtes numa nota enviada a O INTERIOR. A proposta para o Pavilhão de Portugal pretende refletir sobre «a escassez da água doce a partir do território nacional». A escolha de Andreia Garcia foi feita por um júri constituído por Paulo Carretas, técnico superior da DGArtes e coordenador; Joaquim Moreno, Isabel Ortins Simões Raposo, Julia Albani e Nuno Grande.
Andreia Garcia é professora de Projeto de Arquitetura na Faculdade de Engenharia da UBI, função que acumula, desde o ano passado, como o cargo de vice-presidente da mesma faculdade. É doutorada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, com a tese “Espaço Cénico, Arquitetura e Cidade”, que lhe valeu o Prémio Manuel Tainha e foi publicada em livro em 2016. A sua experiência curatorial inclui a Bienal de Arte Contemporânea da Maia (2019), a Smaller Cities (Guimarães Capital Europeia da Cultura, 2012), e o Projeto Memória (Centenário do Theatro Circo de Braga, 2015). Fez parte das equipas Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012 e integrou a candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027.
O Pavilhão de Portugal ficará situado no Palácio Franchetti, situado nas margens do Grande Canal de Veneza. De acordo com a DGArtes, a exposição portuguesa terá o seu foco «em sete hidrogeografias portuguesas» profundamente marcadas pela ação antropocêntrica, tendo sido convidados sete ateliers, em colaboração com sete outros especialistas mais consagrados (geógrafos, arquitetos paisagistas, antropólogos e engenheiros do ambiente), «a propor reservatórios do futuro». São eles os Space Transcribers e Álvaro Domingues (Tâmega); Dulcinea Santos e João Pedro Matos Fernandes (Douro); Guida Marques e Érica Castanheira (Tejo); Pedrez Studio e Aurora Carapinha (Alqueva); Corpo Atelier e Eglantina Monteiro (Mira); Ilhéu Atelier e João Mora Porteiro (Sete Cidades); e Ponto Atelier e Ana Salgueiro Rodrigues (Madeira).
Docente da UBI é curadora do Pavilhão de Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza
Projeto de Andreia Garcia foi selecionado num concurso limitado organizado pela Direção-Geral das Artes
