Cultura

Desenhos inéditos de Santa-Rita Pintor para ver no Museu da Guarda

Escrito por Luís Martins

Secção é o destaque do 3º Salão de Outono, que inclui exposições de Eurico Gonçalves, Xavier Seco, Susana Miranda e de obras do último SIAC

A Guarda está no «epicentro» da criação cultural do futurismo com a exposição, pela primeira vez em Portugal, de três obras inéditas de Santa-Rita Pintor, fundador daquele movimento no nosso país no início do seculo passado. Os desenhos podem ser vistos no 3º Salão de Outono, inaugurado no passado dia 7 no Museu da cidade mais alta.
A afirmação é de João Mendes Rosa, diretor da instituição, e principal responsável por esta secção dedicada ao futurismo na grande mostra de arte contemporânea que está patente até 8 de janeiro. A existência destes três desenhos foi revelada em maio deste ano durante um colóquio de homenagem a Guilherme de Santa-Rita na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Trata-se de esboços a lápis que são propriedade dos herdeiros do livreiro-alfarrabista Américo Francisco Marques, que os comprou nos anos 50 a José Campas, amigo de Santa-Rita Pintor – que, antes de morrer, ordenou que se queimasse toda a sua obra – e seu companheiro em Paris. Segundo o museu, os desenhos são «singulares», pois um deles está alinhado com a escola modernista, «somando-se ao pouco que se conhece do que publicou» o artista nas revistas “Orpheu” e “Portugal Futurista” e ao quadro, inacabado, “Cabeça”, exposto no Museu do Chiado. Os outros dois podem incluir autorretratos, «exercícios de que se conhece apenas os da Coleção Gulbenkian», adianta o museu em comunicado.
Na Guarda está ainda a pintura “Orfeu dos Infernos”, também de Santa-Rita Pintor, que não era exposta em Portugal desde 1925, no Salão de Outono de Lisboa. O Salão de Outono conta ainda com uma exposição de um dos mais emblemáticos representantes do Surrealismo português, Eurico Gonçalves, e mostras de Javier Seco e Susana Miranda. Estão igualmente patentes algumas das obras produzidas no 3º SIAC – Simpósio Internacional de Arte Contemporânea, que decorreu na Guarda em junho. Já no Campus Internacional de Escultura Contemporânea está a instalação “Via Pictórica – Painéis Digitais Murais” e no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa há para ver a exposição coletiva de gravura “Discursos” e uma escultura criada na cidade no último SIAC.

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Luís Martins

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