Cara a Cara

«Tirar partido da natureza selvagem deste zimbro pareceu-nos mandatório»

Escrito por Jornal O Interior

P – O Wild Snow Dog Cherry Gin, produzido pela Zimbro, foi premiado com uma medalha de bronze na London Spirits Competition. O que significa deste prémio para a empresa e para a região?
R – É Uma distinção que nos enche de orgulho, principalmente porque na génese da criação deste premium gin esteve a vontade de homenagear a nossa região-berço, unindo as duas serras que nos rodeiam pelo melhor que oferecem: o zimbro selvagem da Serra da Estrela e a cereja do Fundão, proveniente das encostas da Serra da Gardunha. A London Spirits Competition, que registou mais de 2.000 participações de todo o mundo, distingue bebidas espirituosas de elevada qualidade e que simultaneamente ofereçam ao consumidor uma excelente relação qualidade/preço e uma imagem e embalagem apelativas, assentando a avaliação, por isso, numa conjugação de três fatores distintos, o que releva ainda mais a importância deste prémio internacional. Com este prémio, a Zimbro vê distinguida a qualidade do Wild Snow Dog Cherry Gin, reflexo do empenho que coloca na sua produção artesanal e na escolha das melhores matérias-primas endógenas, dando um importante passo no caminho que traçou como missão: oferecer ao mercado produtos que representem, na sua essência, o “espírito serrano”, promovendo a Beira Baixa e impulsionando a economia local.

P – Como surgiu a ideia de iniciar a produção de um gin a partir de zimbro da Serra da Estrela?
R – Essencialmente, o facto da Serra da Estrela ser das poucas regiões em Portugal em que vegeta zimbro espontâneo em grande quantidade e qualidade. Tirar partido da natureza selvagem deste zimbro – ingrediente essencial do gin – pareceu-nos mandatório.

P – Como reagiu inicialmente o público ao lançamento deste gin feito com cereja do Fundão?
R – Foi uma reação muito positiva. Contámos com o envolvimento do presidente da Câmara do Fundão e da equipa de comunicação e turismo da autarquia, e estabelecemos um protocolo de cooperação que continuamos a cumprir. A adesão, porque se trata de um produto diferenciador que tem como protagonista um fruto de inegável e reconhecida qualidade, foi muito boa, especialmente por parte de quem gosta de um gin mais frutado, que combina o doce da cereja com o amargo do zimbro.

P – A Zimbro é uma empresa do interior, com produtos de alcance nacional. Planeiam a utilização de mais produtos típicos da região no futuro? Quais?
R – Estamos a plantar 8.000 medronheiros nas encostas ardidas da Serra da Estrela, numa propriedade de 10 hectares que a empresa adquiriu. Queremos também tornar o medronho da Serra da Estrela numa marca de qualidade e referência do interior, estando neste momento a ter o apoio da autarquia da Covilhã.

P – Na sua opinião, qual o elemento fundamental para manter e criar empresas de sucesso nestas regiões de baixa densidade?
R – Resiliência. Sempre que queremos avançar com uma ideia inovadora ou um projeto diferenciador existem grandes obstáculos que muitos burocratas se encarregam de criar, mas “grandes batalhas só são dadas a grandes guerreiros”.

Perfil de Artur dos Santos Aleixo:

Naturalidade: Peso (Covilhã)

Idade: 66 anos

Profissão: Professor, empresário e artista

Currículo: Licenciado em Filosofia, foi professor do Ensino Secundário na Covilhã. Paralelamente, criou a ZIMBRO (Licores Serrano, Lda.), sendo desde então o diretor-geral da empresa produtora de licores e espirituosas. É também artista com trabalhos na pintura, escultura e escrita

Filme preferido: “A Grande Farra”, de Marco Ferreri

Livro preferido: “Dia por Ama”, de Eduardo Prado Coelho e Ana Calhau

Hobbies: Pintura, escultura, escrita e agricultura.

Sobre o autor

Jornal O Interior

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