Cara a Cara

«Primavera e Verão serão impulsionadores do nosso setor na Guarda»

Marco 2edit
Escrito por Efigénia Marques

P – É o novo presidente da Comissão Diretiva Distrital da Guarda da AHRESP. Quais são as prioridades para este mandato? O que planeia fazer? 
R – O nosso primeiro objetivo passa por aumentar o número de associados. Teremos que fazer um trabalho de campo maior, com aproximação aos potenciais associados, e para que isso possa acontecer temos de aumentar a oferta que a AHRESP tem no nosso distrito. Pretendemos fazer mais formações, estar mais visíveis. Eventualmente, a abertura de uma sede, de um espaço físico na Guarda, também está entre os nossos principais objetivos.

P – Para quem não conhece a AHRESP, que trabalho fazem e de que forma ajudam a restauração e hotelaria da nossa região?
R – A AHRESP é a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal que tem como missão o acompanhamento do Canal HORECA, ou seja, dos empresários. Desta forma, estamos vocacionados, por exemplo, para a formação de ativos. Paralelamente, também somos confederados, ou seja, fazemos acordos coletivos de trabalho e os nossos associados podem fazer todos os contratos de trabalho ao abrigo do mesmo, o que garante ao trabalhador regalias em termos de contratações e benefícios fiscais por serem associados da AHRESP.

P – Na região da Guarda, no distrito, como está o setor da hotelaria e restauração?
R – O ano de 2024 não começou como toda a gente esperava em termos de negócio, houve alguma quebra no início do ano. Acreditamos e queremos acreditar que a Primavera e o Verão serão o impulsionador do nosso setor. Em particular aqui, na Guarda, começa agora a época da visita aos Passadiços do Mondego, que acaba sempre por atrair algumas pessoas. Temos também alguns festivais, feiras medievais e eventos pontuais que fazem com que as pessoas procurem a nossa região. Tentamos sempre aumentar aquilo que foi a nossa envolvência do ano anterior. No entanto, existe alguma crise financeira no país e os passeios e as deslocações também se refletem como uma baixa procura.

P – Podemos dizer que as maiores dificuldades para o setor no geral são as épocas baixas?
R – Sim, nós temos dificuldades maiores e mais notórias nas épocas baixas, como é transversal a todo o país. A delegação da Guarda da AHRESP apanha a zona de Seia, Gouveia e agora também “piscamos o olho” à zona da Covilhã, pelo que a nossa época baixa acaba por ser sazonal. Ou seja, na altura da neve também é uma época alta, assim como no Verão com as praias fluviais. Também existem parcerias estabelecidas com as Câmaras Municipais e daquilo que é a visão para o turismo para tentar mitigar as épocas baixas, mas, infelizmente, ainda existem e temos sempre algumas dificuldades em estabelecer negócios.

P – O que podem fazer as empresas e os trabalhadores do setor para trazer mais turistas e clientes à região e contrariar este cenário?
R – Qualificar a oferta, ou seja, aumentando as formações dos nossos recursos, faz com que as pessoas fiquem com uma melhor impressão da nossa região. A AHRESP, enquanto formador, tenta chegar junto dos associados e perceber as necessidades formativas para colmatar a obrigatoriedade legal de formação anual, mas também no sentido mais específico de “O que é que os associados precisam que nos possam fazer mais sentido”, aumentando a qualificação dos nossos trabalhadores e dos nossos recursos humanos, que são um dos principais fatores no nosso setor. Com esta aposta acreditamos que fazemos os nossos clientes sentirem-se melhor e com vontade de regressar e partilhar a experiência positiva.

P – Quantos associados tem a AHRESP no distrito da Guarda?
R – Temos entre 40 e 50 associados.

P – A AHRESP não tem sede própria na Guarda, porque seria importante terem esse espaço?
R – Já tivemos presidentes distritais anteriormente, que fizeram o seu melhor concerteza e dedicaram-se dentro das disponibilidades que tinham. Mas, infelizmente, no último ano a AHRESP esteve pouco presente. Tinhamos uma dependência direta da delegação de Viseu, que tem uma delegação a tempo inteiro com dois funcionários. É o que pretendemos aqui na Guarda – conseguirmos abrir uma sede em que, inicialmente, partilharemos o funcionário com Viseu e, à posteriori, conseguirmos ter o nosso funcionário a tempo inteiro, assim como ter a sede a laborar. Com o número de associados que temos é difícil, é árduo, e teremos de procurar sinergias para o conseguir. Sozinhos não somos capazes. Já tínhamos duas reuniões preparatórias com o presidente da Câmara da Guarda e com o presidente da Junta de Freguesia e fomos bem recebidos. Foi-nos transmitida a disponibilidade de ambos em partilhar a nossa visão e melhorar a oferta da AHRESP no nosso concelho porque também veem que melhorar a AHRESP é proporcionar mais serviço aos empresários da hotelaria e restauração da cidade. Partilham a nossa visão de que se os conseguirmos motivar e formar vamos ter mais gente a regressar. É uma situação transversal a todo o distrito. Mas queremos também aproximar-nos de todos os concelhos do distrito porque queremos que os clientes sejam bem atendidos e pretendemos proporcionar aos empresários uma formação de qualidade para os seus ativos.

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MARCO RODRIGUES

Presidente da Comissão Diretiva Distrital da Guarda da AHRESP (Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal)

Idade: 41 anos

Profissão: Gestor hoteleiro

Naturalidade: Guarda

Currículo (resumido): Especialização em Direção Hoteleira pelo Instituto Politécnico da Guarda e com pós-graduação de Marketing na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Filme preferido: “Forrest Gump”, de Robert Zemeckis

Hobbies: Desporto e estar com a família

Sobre o autor

Efigénia Marques

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