Cara a Cara

«Os jovens estão cada vez mais valorizados dentro dos partidos, mas ainda não é o ideal»

Cara A Cara
Escrito por Efigénia Marques

P – Qual é o seu projeto para a concelhia da JS Guarda? R – Este projeto sustenta-se em três grandes eixos: a reversão da tendência de perda de militantes; o contributo para a formação dos jovens e o reafirmar do papel dos jovens na sociedade. A perda de militantes poderá ser explicada pelo facto do PS não ser poder ao nível autárquico, mas será principalmente pela própria perda de população no concelho. Este ano prevemos chegar aos 20 novos militantes, ultrapassando a meta a que nos propusemos de conseguir a entrada, no mínimo, do dobro dos militantes que saem anualmente. A formação e o reafirmar do papel dos jovens estão intimamente ligados. Proporcionar mais momentos de debate, de discussão de ideias, de formação, é tornar os jovens mais capazes e mais confiantes para intervir nos seus grupos e junto das instituições, expondo as suas perspetivas e propostas para melhorar as comunidades onde se inserem. P – Quais são as principais causas que acha prioritário defender na Guarda? R – A grande causa da Guarda é a mesma dos restantes concelhos do interior: travar o decréscimo da população. Para conseguir este importante, mas complexo objetivo, há uma série de causas que vale a pena defender. É necessário haver políticas claras para o emprego e habitação jovens, é preciso apostar na cultura e criar condições para que os jovens cá possam desenvolver os seus projetos, os seus negócios, as suas famílias. É essencial apoiar o IPG no seu desenvolvimento e valorização, um instituto forte é sinónimo de atração de jovens promissores para o concelho e um motor de desenvolvimento de novas ideias e projetos para a Guarda. É urgente trabalhar para atrair investimento para a Guarda e criar condições para reter o interno. É também necessário pensar uma estratégia que permita dar nova vitalidade às freguesias rurais. Vemos de forma cada vez mais acentuada a preferência da cidade em vez das aldeias, resultando em casas abandonadas, negócios fechados, investimentos perdidos e a extinção da cultura e identidade. A garantia de rede fixa e móvel, o aumento das áreas onde é permitida a nova construção e o apoio à elaboração de projetos de reabilitação e a promoção da cultura local, poderão ser bons incentivos à transferência de população para estas localidades. Por fim, é essencial ter uma saúde de confiança. É, por isso, urgente avançar com a segunda fase do Hospital da Guarda. P – Acha que os jovens já são devidamente valorizados nos partidos? E no PS? R – Penso que os jovens estão cada vez mais valorizados dentro dos partidos, mas ainda não é o ideal. No caso do PS, os estatutos determinam a integração de representantes da JS nos vários órgãos deliberativos do partido a nível nacional e local. Quanto à participação em eleições, foi eleito pelo PS o deputado mais jovem da atual legislatura. A nível local, foi uma grande aposta na juventude a escolha, há quatro anos, do, na altura, líder distrital da JS, Fábio Pinto para se candidatar à maior Junta de Freguesia do concelho. Nas autárquicas de 2021 foram incluídos nas listas vários jovens e uma parte significativa das propostas presentes no “Manifesto Reaproximar”, desenvolvido pela JS Guarda, no programa eleitoral. P – Como está a JS Guarda em termos de militantes neste momento? R – A JS Guarda tem, atualmente, 91 militantes. P – Ficou dececionado com o resultado obtido pelo PS na Guarda? O que é preciso para reverter essa situação? R – Naturalmente que fiquei dececionado. Ainda que nas últimas autárquicas já fosse militante, esta foi a primeira vez que me envolvi de forma tão intensa na campanha e fui, inclusivamente, candidato. Vi de perto a capacidade, a visão e o empenho das equipas que se candidataram tanto aos órgãos municipais, como às várias Juntas e acho que merecíamos um resultado melhor, a Guarda merecia que o PS tivesse um resultado melhor. É necessário fazer uma introspeção e perceber os pontos fortes e fracos desta campanha. Ao PS cabe utilizar os mandatos que lhe foram confiados para intervir e trabalhar de forma construtiva e em proximidade com o cidadão. Fazendo isto, não tenho dúvidas que os cidadãos da Guarda nos acharão merecedores do seu voto nas próximas eleições.  

JOÃO VAZ

Recém-eleito presidente da concelhia da Guarda da Juventude Socialista (JS)

Idade: 22 anos

Naturalidade: Guarda Profissão: Técnico administrativo de recursos humanos

Currículo (resumido): Licenciatura em Administração Pública pela Universidade do Minho; De regresso à Guarda, trabalha atualmente na ADM Estrela; Na universidade foi membro do Conselho Fiscal da AAUMinho, vice-presidente da ACE Junior Agency e presidente do CEAP; Na Guarda, fundou e presidiu à Easier, que pretende ajudar os estudantes do Secundário na transição para o ensino superior; Foi secretário da Mesa da CPF da JS durante quatro anos e vice-presidente da concelhia da Guarda; Eleito deputado municipal pelo PS nas últimas autárquicas

Filme preferido: “Amigos Improváveis” Livro preferido: “A Mão do Diabo”

Hobbies: Conviver com a família e amigos, ver filmes e ouvir podcasts.

Sobre o autor

Efigénia Marques

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