Cara a Cara

«Instituir o Dia Municipal da Cultura é valorizar esta área como fator estratégico de desenvolvimento da Covilhã»

Regina
Escrito por Efigénia Marques
P – O que levou a Câmara da Covilhã a instituir o Dia Municipal da Cultura? R – A Câmara da Covilhã entende que compete às autarquias locais, no âmbito das suas atribuições e competências, articularem intervenções que enriqueçam a atividade cultural do/no seu território. A decisão de instituir o Dia Municipal da Cultura reconhece a urgência de criar uma efeméride que valorize e assinale, através de um programa específico, a Cultura como fator estratégico de desenvolvimento criativo e sustentável da cidade e do concelho, de acordo com as orientações da Agenda 2030. P – Qual o motivo da escolha do dia 8 de novembro? R – A escolha prende-se com o facto de ser a data em que a Covilhã recebeu a designação de Cidade Criativa na área do Design – a primeira em Portugal neste campo criativo – passando, oficialmente, a integrar a Rede de Cidades Criativas da UNESCO. P – Como será assinalado esse dia? Já há um esboço do programa que possa adiantar? R – O programa anual completo será apresentado publicamente pelo município em data a anunciar. Algumas das propostas incluem a abertura de espaços culturais públicos e/ou privados em horário prolongado, com acesso gratuito; a realização de visitas orientadas a espaços ou rotas culturais do município; a realização de visitas descontraídas a espaços culturais, orientadas para públicos com necessidades específicas; a organização de tertúlias, workshops e debates abertos, direcionados para a auscultação e formação de públicos de cultura; a realização de atividades abertas nas e com as escolas, no âmbito do Plano Nacional das Artes. P – Esta aposta significa também um reforço do orçamento para a Cultura e para a produção cultural? Com o que podem contar este ano as coletividades? R – O município vem reforçando o investimento na área cultural, mormente em reabilitação de edifícios emblemáticos, como o do Teatro Municipal da Covilhã e do Centro de Inovação Cultural, na criação de novos espaços culturais, como o Museu da Covilhã, instalado em edifício antigo também requalificado, e o Espaço C3D, ligado ao Design e à candidatura da Covilhã a Cidade Criativa da UNESCO nesta área, na conceção e realização de novos eventos e atividades culturais, como o Industrial – Encontros com a Cidade Fábrica, Diafragma – Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais da Covilhã e Portas do Sol – Festival de Artes de Rua, e na preservação e valorização do património cultural, material e imaterial, particularmente associado ao centro histórico através do Wool – Festival de Arte Urbana da Covilhã e do Portas do Sol – Centro Histórico Virtual, um projeto aprovado pelo Turismo de Portugal para execução ao longo deste ano. A candidatura à rede de Cidades Criativas da UNESCO determinou o reforço do investimento na Cultura, traduzido num ambicioso plano de ação a concretizar em quatro anos. A Câmara da Covilhã implementa uma política de apoio ao associativismo já consolidada, incluindo estruturas artísticas profissionais, em três eixos regulamentados desde 2018: atividade regular, investimento e aquisição de equipamento, atividade pontual supraconcelhia. As celebrações do Dia Municipal da Cultura incluirão um conjunto de iniciativas abrangentes e gratuitas que pretendem envolver um grande número de pessoas, associações, coletividades, instituições e espaços culturais – valorizando, simultaneamente, o seu trabalho na divulgação do património material e imaterial do concelho –, bem como incentivar a criação de sentimentos de pertença e a participação ativa da comunidade nos processos de criação, de produção e de valorização do património e das expressões culturais. P – A Covilhã tem inúmeras coletividades, um teatro municipal renovado, uma agenda cultural mais regular. Estão reunidas as condições para concorrer ao estatuto de “capital” cultural da Beira Interior? R – O valioso e incomparável universo associativo covilhanense com ação cultural, perfazendo mais de 150 coletividades, além de três companhias de teatro e artes performativas e uma companhia de dança, única na região, permite, obviamente, um forte posicionamento na área da Cultura. Além de museus e galerias de exposições, o renovado Teatro Municipal é agora o principal espaço de programação cultural regular, a que se aliam projetos de cocriação, identitários e diferenciadores, do Centro de Inovação Cultural. A Covilhã Cultural depende, não só dos projetos e iniciativas do município e de agentes culturais da cidade e concelho, mas, também da adesão e envolvimento das comunidades, dos diferentes segmentos de público que procuramos contemplar através de uma política cultural diversificada e inclusiva, identitária e criativa. P – A Câmara vai candidatar o Teatro Municipal à Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses? R – É, uma vez que reconhece o seu potencial para o fomento da coesão territorial no acesso à cultura e às artes em Portugal – particularmente no interior –, para o desenvolvimento de estratégias de mediação e cooperação entre agentes a nível local, regional e nacional, bem como para a partilha e fomento de boas práticas. _________________________________________________________________________

REGINA GOUVEIA

Vereadora da Câmara da Covilhã com o pelouro da Cultura Idade: 60 anos Naturalidade: Covilhã Profissão: Docente do ensino superior politécnico Currículo (resumido): Licenciada em Comunicação Social, mestre e doutora em Ciências das Comunicação; Docente do ensino básico durante 15 anos e do ensino superior desde 1996; Como docente e diretora da licenciatura em Comunicação Multimédia do Instituto Politécnico da Guarda, foi responsável por inúmeros projetos e eventos, nomeadamente de responsabilidade social; Como consultora na área da Comunicação participou na conceção gráfica e revisão de várias publicações institucionais/empresariais; É, desde outubro de 2017, vereadora em permanência da Câmara da Covilhã com o pelouro da Cultura, bem como da Ação Social e Saúde, Educação e Juventude, entre outros.. Filme preferido: “A Cor Púrpura”, de Steven Spielberg Livro preferido: “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen Hobbies: Atividades na natureza

Sobre o autor

Efigénia Marques

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