P – Foi eleito presidente da direção da Associação Empresarial da Região da Guarda – NERGA. Quais os projetos que pretende implementar no mandato?
R – O fenómeno da globalização e a complexidade dos mercados colocam à gestão do NERGA a exigência de conhecimentos para a tomada de decisões em áreas cada vez mais técnicas, como economia, finanças e teorias de organização. No que é essencial, temos como objetivo principal dotar as empresas de ferramentas para que estas aumentem a sua competitividade e a valorização dos seus recursos humanos. Pretendemos impulsionar a inovação, por forma a competirmos com mercados mais exigentes. Também é nossa intenção reforçar o apoio a jovens empreendedores. Pretendemos envolver as partes interessadas para incrementar sinergias entre as diversas instituições, sempre com o objetivo de aumentar a robustez do nosso tecido empresarial.
P – Neste momento qual é a situação financeira do NERGA?
R – O NERGA, enquanto associação, é considerada uma entidade sem fins lucrativos e com o único objetivo de beneficiar os seus associados em diversas áreas. No entanto, a esta data, temos em carteira uma quantidade razoável de projetos contratados que nos permitem olhar para o futuro de uma forma tranquila. Durante este mandato é nossa intenção alavancar as contas da associação, procurando alternativas e diversificando as fontes de rendimento com o objetivo de gerar valor, ampliando assim a sustentabilidade e a autonomia da organização sem que isso interfira com o próprio funcionamento do NERGA. Durante este mandato é nossa intenção estabilizar as contas da associação. Uma “casa” gerida por empresários deve obrigatoriamente ter as contas certas…
P – Com a extinção da Associação Comercial da Guarda, o NERGA pretende reforçar a ligação com os comerciantes da região e de alguma forma substituir essa entidade?
R – Atualmente, o setor do comércio representa cerca de um terço dos nossos associados, pelo que iremos disponibilizar recursos específicos para este sector. O NERGA irá continuar a apresentar soluções e a apoiar o comércio, pois só com a criação de valor acrescentado é que os comerciantes se reveem na associação.
P – Quais são, neste momento, as maiores dificuldades que as empresas atravessam?
R – As empresas apresentam um quadro de forte restrição orçamental, decorrente da atual conjuntura económica e financeira. É necessário recuperarem o nível das vendas que tinham no período pré-pandemia por forma a obterem uma condição estável e reunirem condições para perspetivarem formas de inovar e atrair talento ao nível dos recursos humanos para aumentarem a sua competitividade.
P – Como prevê que seja o pós-pandemia para as empresas da região?
R – Infelizmente algumas empresas não irão conseguir continuar o seu percurso, pois o período de pandemia foi muito exigente para a maioria. Vamos acreditar num futuro melhor e para isso teremos que trabalhar de outra forma, melhorar a literacia financeira, aplicar medidas de controlo de gestão, captar recursos humanos, melhorar a formação e motivação dos seus recursos humanos, investir em inovação, na componente digital, enfim, aumentar a competitividade por forma a que seja possível aumentar as vendas noutros mercados e com maior valor acrescentado.
P – Como tem evoluído o número de associados do NERGA? Pretendem adotar estratégias para captar mais?
R – Tem evoluído bem e de forma muito significativa. No último triénio, o NERGA quase que triplicou os seus associados. Ora este marco só é possível devido ao esforço e à dedicação que a associação tem realizado junto do tecido empresarial da região. Se apresentarmos soluções que vão de encontro às expectativas dos nossos associados, então o nosso trabalho será reconhecido, pelo que a quantidade de associados está integralmente ligada ao nosso trabalho. E iremos continuar a apresentar novas soluções e ferramentas para conseguir aumentar este número. Está ao nosso alcance, só temos de trabalhar mais e melhor.
Perfil:
Orlando Faísca, recém-eleito presidente da direção do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda
Idade: 47 anos
Naturalidade: Castelo Novo (Fundão)
Profissão: Empresário
Currículo (resumido): Licenciatura em Engenharia Florestal pela UTAD; empresário desde 2000.
Filme preferido: “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino
Hobbies: Leitura, cinema e desporto.